A receita do YouTube pode sofrer uma perda de até US$ 750 milhões como consequência da decisão de dezenas de multinacionais de suspender contratos publicitários com a plataforma de vídeo, segundo nota de analistas do banco Nomura Instinet.
Mais de 250 companhias — incluindo Toyota, HSBC e a agência publicitária Havas — encerraram os acordos, acusando a Google, dona do site de vídeos, de permitir que seus anúncios apareçam junto a conteúdos que disseminam discurso de ódio.
Em nota aos clientes ontem, os analistas do banco disseram que entre as empresas estão cinco dos 20 maiores anunciantes nos Estados Unidos : AT&T, General Motors, Verizon, o Walmart e a Johnson & Johnson.
Juntas, essas empresas representam 7,5% do mercado anunciante nos EUA, e os analistas afirmam que o YouTube poderia perder até 7,5% da sua estimativa de receita bruta para 2017, de US$ 10,2 bilhões, o que representa cerca de US$ 750 milhões.
Os analistas afirmam que o YouTube é capaz de adotar medidas que poderiam eliminar preocupações com a segurança das marcas, mas isso não impediria que a empresa fosse prejudicada financeiramente.
O especialista em gestão de marcas Eric Schiffer disse que a controvérsia poderia afetar o faturamento da Google a curto prazo, mas fez uma ressalva :
— A Google está melhor situada para acabar com o ódio virtual pela maestria em determinar a relevância de conteúdos. Eles farão o melhor para asfixiar discursos de ódio e, no processo, 90% das marcas que saírem retornarão dentro de um a três meses.
A controvérsia em torno de anúncios surgiu após uma investigação do jornal “The Times” revelar, em fevereiro, que a publicidade de grandes marcas aparecia junto a vídeos no YouTube que promovem pensamentos extremistas.
Philipp Schilder, diretor de negócios da Google, afirmou na semana passada que a empresa começou a acelerar mudanças em “políticas de anúncio, execução dessas políticas e novos controles para anunciantes”.