Tio Patinhas # 30, de janeiro de 1968, foi dedicada ao "passatempo" preferido do personagem, o dinheiro.
A primeira HQ, "A história do dinheiro", começa com citações do economista Buchanan e do aristocrata Aristodemus. Patinhas entra em cena cantando uma paródia de Roberto Carlos: "Estou amando loucamente o rico dinheirinho que é todo meu".
O pato começa a contar a seus sobrinhos a história do dinheiro, e diz: "Sal era chamado salarium. Agora sabem de onde vem a palavra salário". Na verdade, seria meio o contrário: a palavra "salário" é que deriva de "sal", que era usado como uma antiga forma de pagamento. Huguinho, Zezinho e Luisinho citam a expressão "não vale o sal que come".
A HQ foi escrita no tempo que a equivalência do dinheiro era medida em ouro (padrão-ouro), não sendo ainda o dólar a moeda de referência mundial. Depois da história, uma matéria traz mais informações. Por exemplo, a de que o governo brasileiro havia decretado há cerca de dois anos a criação do cruzeiro novo, que valia o equivalente a mil cruzeiros. Mas o dinheiro antigo ainda não havia sido substituído por completo, e as cédulas circulantes foram carimbadas com o novo valor que representavam.
Segundo o texto, a palavra "real" - que décadas depois veio a se tornar nossa moeda - já existia no vocabulário financeiro do país, sendo o singular de "réis", sistema monetário introduzido pelos portugueses e utilizado até 1942.
Ainda sobre dinheiro, há uma página com curiosidades e outra com uma lista com o nome da moeda de cada país à época. Lendo isto hoje, nos deparamos com países que não mais existem de tal forma ou mudaram de nome, como Alto Volta.
Uma história do Mickey começa com um quadro: "Como todos nós sabemos, um elemento básico na indústria mecânica de precisão é o diamante negro". Esta não parece ser uma informação tão difundida não, até o Google custou a encontrar as duas expressões juntas.
O gibi trouxe também duas ótimas HQs curtas de Barks, "Resoluções de ano novo" e "Moedas raras às pampas". Foi publicada também uma história de Juca e Mário com a participação da personagem Anete, que segundo pesquisei era uma pessoa real de uma série televisiva da Disney, e acabou "participando" de três histórias em quadrinhos.
Durante a leitura, ainda anotei palavras como "óbolo", "caturrão", "sorver", "de través", "dispepsia", "lançante", "fundeado", "lira" e "cipriota".