Desde que acabou a banca na minha cidade só ando comprando gibis usados ou de encalhes com preço promocional.Victor235 escreveu:Hein?O Disco Voador escreveu:Eu não sei do tempo que comprei um gibi novo.
Quadrinhos & Gibis
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Re: Quadrinhos & Gibis
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Re: Quadrinhos & Gibis
Essas informações sobre "Os Anos de Ouro de Mickey" saíram no mensal dele ou está no próprio capa-dura, @E.R ?
Sei disso. É que eu não tinha entendido a expressão "Eu não sei do tempo" :pO Disco Voador escreveu:Desde que acabou a banca na minha cidade só ando comprando gibis usados ou de encalhes com preço promocional.Victor235 escreveu:Hein?O Disco Voador escreveu:Eu não sei do tempo que comprei um gibi novo.
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Re: Quadrinhos & Gibis
NOTÍCIAS
Em "Gravando!" (republicada em Zé Carioca # 2125, de abril de 1999 - número com uma seleção de histórias muito boa), as malandragens do Zé Carioca foram longe demais. O papagaio foi visitar a produtora de vídeo de sua namorada para "descolar algum", não quis trabalhar para ajudá-la, atrapalhou a gravação de um comercial e tentou trair Rosinha dentro do próprio trabalho dela, enganando uma atriz. Para compensar, acabou apanhando. Lembrei das antigas tiras do personagem, onde suas malandragens eram mais explícitas.
Neste número, saiu a propaganda de uma edição rara do "Superalmanaque Disney", que ainda nem tinha imagem de capa cadastrada no Inducks e no Guia dos Quadrinhos:
@Arenagak
Destaque também para a propaganda do filme do Zico:
Gostei deste detalhe do Miyaura em "O milésimo". A fila muda, mas seus personagens continuam com as mesmas características:
Personagens diferentes da edição:
• Magrila
• Acácio na plateia
• João Victor
• Zé Picareta
• Neneca
• Rimário
@E.R , veja essa zuera com o Romário
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• Zé Carioca fala dos impostos:
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Re: Quadrinhos & Gibis
Confira e comente um post super especial:
No último grande leilão, adquiri meu gibi mais antigo do Mickey, que passou a ser o único que tenho dele com numeração abaixo de 100. Trata-se do número #48, de setembro de 1956. Valeu a pena o investimento. Confira meus comentários sobre esta edição.
O destaque de capa é "O sósia de Mickey", tiras clássicas de Bill Walsh e Floyd Gottfredson. Elas foram publicadas apenas duas vezes no Brasil. A primeira foi em 4 números do Pato Donald lançados em 1954. A segunda publicação foi em 1956, de uma única vez em 22 páginas, nesta edição que aqui comento. Depois disso, a história nunca mais foi publicada, talvez por ser um pouco pesada para os padrões atuais.
O personagem Miklos (aqui Miclos), o rato cinza que se disfarça, passa por Mickey e tenta eliminá-lo para ficar em seu lugar, chegou a aparecer posteriormente também em duas histórias italianas, uma delas de Casty. Ao contrário do padrão das HQs Disney, nesta não pouparam o vocabulário: o termo "matar" foi utilizado literalmente quatro vezes. Miclos usou Pluto como refém para ter Mickey a seus pés e posteriormente matá-lo, "casando com Minnie e vivendo como um homem honrado". Isso tudo depois de já ter prendido Mickey em sua casa, tentar afogá-lo, judiar de Pluto e praticar roubos para que Mickey ficasse com a culpa.
Destaque para a cena abaixo, uma das mais marcantes da história. Pluto, raptado e maltratado (repare que seu pote de comida está vazio e virado para baixo, com poucos grãos espalhados pelo chão), vê Mickey, seu verdadeiro dono, e pensa ser Miclos, que o tirou de Mickey. Daí, ao vê-lo, é hostil, pois suas figuras são iguais. Porém, ao cheirá-lo, percebe que era o Mickey verdadeiro e fica tão feliz que sua coleira até arrebenta.
Miclos é capturado, mas foge. Apesar do grande perigo, o coronel é tranquilo: "Deixe estar, Mickey. Logo o capturaremos. Vá descansar". Antes, a Polícia já havia cometido dois erros graves: colocou Mickey e seu possível assassino na mesma cela até descobrir quem era o verdadeiro e depois levou os dois ao médico sem estarem algemados. Com isso, conseguiram fugir e brigaram com faca e tudo.
• Dr. Madeira
No final da história, meio que há uma queda brusca em seu roteiro. Mickey cai de sono, mas não consegue dormir por causa de soluços. A história a partir daí fica explorando os soluços, coisa que não tinha nada a ver com o roteiro de ação inicial. Talvez estas sejam tiras originalmente publicadas depois da história central, já preparando espaço para a próxima trama, mas não tenho certeza.
O engraçado é que no final aparece um cartaz de turismo mencionando as mulheres do Rio Grande do Sul
Outra coisa engraçada é que na época a raça de cachorro Poodle era conhecida como "caniche":
Outra curiosidade: Mickey tem uma mancha branca no cotovelo:
"Água de fogo"? É algum produto químico que aqui se passa por perfume?
Em "Mamãe Pluto" (porque não "Papai?"), é utilizada uma palavra que hoje é muito rebuscada. Na história do Mickey também vemos um linguajar refinado. Por exemplo, usam a palavra "andas" para se referir a uma espécie de perna-de-pau.
Em "Grande idéia de Havita", o chefe indígena compra um cocar em vez de fazê-lo. No final, usam a expressão "tenda índia" no lugar de "tenda indígena".
Em "Carradas de razão", Donald chama um de seus sobrinhos com a expressão "filho":
NOTÍCIAS
No último grande leilão, adquiri meu gibi mais antigo do Mickey, que passou a ser o único que tenho dele com numeração abaixo de 100. Trata-se do número #48, de setembro de 1956. Valeu a pena o investimento. Confira meus comentários sobre esta edição.
O destaque de capa é "O sósia de Mickey", tiras clássicas de Bill Walsh e Floyd Gottfredson. Elas foram publicadas apenas duas vezes no Brasil. A primeira foi em 4 números do Pato Donald lançados em 1954. A segunda publicação foi em 1956, de uma única vez em 22 páginas, nesta edição que aqui comento. Depois disso, a história nunca mais foi publicada, talvez por ser um pouco pesada para os padrões atuais.
O personagem Miklos (aqui Miclos), o rato cinza que se disfarça, passa por Mickey e tenta eliminá-lo para ficar em seu lugar, chegou a aparecer posteriormente também em duas histórias italianas, uma delas de Casty. Ao contrário do padrão das HQs Disney, nesta não pouparam o vocabulário: o termo "matar" foi utilizado literalmente quatro vezes. Miclos usou Pluto como refém para ter Mickey a seus pés e posteriormente matá-lo, "casando com Minnie e vivendo como um homem honrado". Isso tudo depois de já ter prendido Mickey em sua casa, tentar afogá-lo, judiar de Pluto e praticar roubos para que Mickey ficasse com a culpa.
Destaque para a cena abaixo, uma das mais marcantes da história. Pluto, raptado e maltratado (repare que seu pote de comida está vazio e virado para baixo, com poucos grãos espalhados pelo chão), vê Mickey, seu verdadeiro dono, e pensa ser Miclos, que o tirou de Mickey. Daí, ao vê-lo, é hostil, pois suas figuras são iguais. Porém, ao cheirá-lo, percebe que era o Mickey verdadeiro e fica tão feliz que sua coleira até arrebenta.
Miclos é capturado, mas foge. Apesar do grande perigo, o coronel é tranquilo: "Deixe estar, Mickey. Logo o capturaremos. Vá descansar". Antes, a Polícia já havia cometido dois erros graves: colocou Mickey e seu possível assassino na mesma cela até descobrir quem era o verdadeiro e depois levou os dois ao médico sem estarem algemados. Com isso, conseguiram fugir e brigaram com faca e tudo.
• Dr. Madeira
No final da história, meio que há uma queda brusca em seu roteiro. Mickey cai de sono, mas não consegue dormir por causa de soluços. A história a partir daí fica explorando os soluços, coisa que não tinha nada a ver com o roteiro de ação inicial. Talvez estas sejam tiras originalmente publicadas depois da história central, já preparando espaço para a próxima trama, mas não tenho certeza.
O engraçado é que no final aparece um cartaz de turismo mencionando as mulheres do Rio Grande do Sul
Outra coisa engraçada é que na época a raça de cachorro Poodle era conhecida como "caniche":
Outra curiosidade: Mickey tem uma mancha branca no cotovelo:
"Água de fogo"? É algum produto químico que aqui se passa por perfume?
Em "Mamãe Pluto" (porque não "Papai?"), é utilizada uma palavra que hoje é muito rebuscada. Na história do Mickey também vemos um linguajar refinado. Por exemplo, usam a palavra "andas" para se referir a uma espécie de perna-de-pau.
Em "Grande idéia de Havita", o chefe indígena compra um cocar em vez de fazê-lo. No final, usam a expressão "tenda índia" no lugar de "tenda indígena".
Em "Carradas de razão", Donald chama um de seus sobrinhos com a expressão "filho":
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Re: Quadrinhos & Gibis
Parabéns pela aquisição, Victor.
A paleta de cores desse seu exemplar tá parecida com a dos gibis do Zé Carioca atuais...
-------
Recebi os mensais da Turma da Mônica hoje e notei que houve reajuste de preço. Os de 84 páginas (Mônica e Cebolinha) passarem de R$ 5,50 para R$ 6,00, e os de 68 páginas (Cascão, Chico Bento e Magali), de R$ 4,50 para R$ 5,00.
Com este aumento, os gibis de 68 páginas da MSP voltaram a ser mais caros do que os de 52 páginas da Disney, algo que não ocorria desde 2016.
A paleta de cores desse seu exemplar tá parecida com a dos gibis do Zé Carioca atuais...
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Com este aumento, os gibis de 68 páginas da MSP voltaram a ser mais caros do que os de 52 páginas da Disney, algo que não ocorria desde 2016.
Fundador, presidente, diretor, estagiário e faxineiro do Blog do Arenagak
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Re: Quadrinhos & Gibis
Valeu, Leandro!
Entendi seu post em tom de brincadeira, mas falando sério agora: essa tecnologia era o que existia de melhor na época. Ou coloriam assim ou a história era impressa em preto-e-branco/rosa-e-branco. Então super válido!
Já hoje em dia, existem recursos e tecnologia, mas digitalizam as histórias de uma forma que elas ficam piores que nas publicações originais, apesar de dizerem ser "reprodução original". Aliás, uns posts acima fiz umas comparações, confira aí.
Entendi seu post em tom de brincadeira, mas falando sério agora: essa tecnologia era o que existia de melhor na época. Ou coloriam assim ou a história era impressa em preto-e-branco/rosa-e-branco. Então super válido!
Já hoje em dia, existem recursos e tecnologia, mas digitalizam as histórias de uma forma que elas ficam piores que nas publicações originais, apesar de dizerem ser "reprodução original". Aliás, uns posts acima fiz umas comparações, confira aí.
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Re: Quadrinhos & Gibis
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Em "Aluno nada exemplar" (republicada em Zé Carioca # 2126, de abril de 1999), descobrimos a existência de um tio distante do Zé Carioca.
Confira abaixo os personagens diferentes que aparecem nesta história:
• Seu Apanásio
• Dona Cici
• Jeremias
Na edição tem muito mais personagens e referências:
• Van Draime
@Maylene @E.R
• Estragone
• Átila
• Átila II
• Tião Botocudo
• Supercarijó (Zé Galo)
• Dr. Pedroca
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"Clube Antifernanda Souza"?
E essa piada do Batman? :p
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Quebra da quarta parede:
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Re: Quadrinhos & Gibis
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Re: Quadrinhos & Gibis
Como é que nessa época conseguiam republicar com qualidade as hqs antigas e agora sai ruim?
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Re: Quadrinhos & Gibis
Talvez porque hoje digitalizem com um celular (parece absurdo, mas bata uma página de um gibi antigo com o Can Scanner e verá que fica igualzinho o que estão publicando, com as bordas e balões totalmente brancos mas em prejuízo das cores, que ficam fracas e manchadas, além dos tons escuros ficarem com milhares de pontos).
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Re: Quadrinhos & Gibis
Tem que ver como era o material que ia pra gráfica na época. Talvez reutilizassem os mesmos originais.
Agora que deve ser tudo por computador, é escaneado sem tratamento, pra baratear a produção. E vai saber a razão de ficar pior que o original, talvez usem uma matriz ruim, mas acho que o problema é no processo de captura, mesmo...
Até recentemente, já na fase "tudo por computador", retocavam os traços, mudavam os textos, as cores, deixavam bonitinho. Era outro nível. Agora é essa coisa aí, com o pretexto de ser "mais fiel ao original". :/
Agora que deve ser tudo por computador, é escaneado sem tratamento, pra baratear a produção. E vai saber a razão de ficar pior que o original, talvez usem uma matriz ruim, mas acho que o problema é no processo de captura, mesmo...
Até recentemente, já na fase "tudo por computador", retocavam os traços, mudavam os textos, as cores, deixavam bonitinho. Era outro nível. Agora é essa coisa aí, com o pretexto de ser "mais fiel ao original". :/
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Re: Quadrinhos & Gibis
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Terminar de ler Coleção Carl Barks Definitiva # 13 - A Noite das Bruxas, de setembro de 2017. Confira agora diversas curiosidades e outras coisas diferentes que pude pesquisar e comentar num dos posts que mais demorei para escrever neste grupo/fórum. Só eu pra ficar mais de duas horas escrevendo um único post...
Um dos destaques da edição é "O preço do peru", história que tenho em 4 edições diferentes. Ela foi publicada pela primeira vez em Pato Donald # 98, de 1953, com o nome "O duque de Saipraláh" (e que não poderei comparar com esta pois não tenho esta primeira publicação da história em minha coleção).
Quando publicada em Tio Patinhas # 41, de dezembro de 1968, com o nome "O trabalho de ganhar um peru", Donald tentou enganar seu tio fingindo ser um empresário de Portugal, o que exigiu do tradutor da época uma grande criatividade em escrever frases que os leitores poderiam ler já com o sotaque português (bastava ler as frases e elas já saiam com um sotaque carregado). Até o nome do "Joaquim" foi escrito com o tal sotaque, virando "Juequim Manuele D'Azibêdu".
Em Tio Patinhas # 161, de dezembro de 1978, edição dedicada à comemoração dos 15 anos da revista do personagem no Brasil, também foi publicada esta tradução na qual Donald se passa por um magnata português. A partir daí, a história ficou conhecida até hoje com o nome "O preço do Peru".
Nesta história, uma piada recorrente foi utilizada por Barks. Donald teme ser reconhecido por Patinhas, que comenta já ter visto a cara dele em outro lugar. Donald, disfarçado, responde com bom humor que na verdade ela sempre esteve sobre seus ombros. A base da piada é a mesma utilizada anos mais tarde por Chespirito em "Chaves", quando o menino do barril responde a Chapolin que "sempre teve a cara no mesmo lugar".
Porém, nas traduções mais recentes ("Contos de Natal por Carl Barks, de 2015, este volume de sua coleção definitiva e possivelmente em "O melhor da Disney", de 2007), a tradução foi revista. Nesta versão, Donald se disfarçou de Señor Petrólio de Vaselino, um magnata da América do Sul, e passa a falar em portunhol. O entendimento da história é a mesma, mas a piada "já vi sua cara em outro lugar - mas sempre a levo sobre meus ombros" perdeu a graça ao ser trocada por "existe algo familiar em seu rosto - por isso eu me disfarço"!
Comparei as mesmas cenas das publicações Tio Patinhas de 1968, Contos de Natal de 2015 e a coleção definitiva de Carl Barks de 2017 (obviamente através de fotos para não estragar as lombadas desses gibis grossos):
Em "Sobrinhos apicultores, tio abelhudo" (um dos melhores títulos de história), não entendi a frase "Foi o primeiro mel que eles viram com cheiro de salão de barbeiro". Huguinho, Zezinho e Luisinho estavam explicando porque ganharam o primeiro lugar na categoria de apicultores em um evento dos Escoteiros Mirins, após suas abelhas picarem Donald, que tinha usado um perfume de rosas silvestres. Mas não entendi a piada. Cheiro de salão de barbeiro?
Outra coisa que chamou a atenção foi a explicação de um dos comentadores sobre um costume de Halloween: "Em outros tempos, brincalhões costumavam desmanchar veículos na calada da noite, levavam as peças para o topo de uma construção e remontavam lá em cima". Sério mesmo que essa tradição é real?
Também achei estranho esse detalhe da capa W WDC 152-00. Apesar da edição lacrada, parece que uma das bolas de golfe foi riscada à caneta. De fato, olhando a capa original no Inducks, não há esses riscos azuis nesta bola.
Outra dúvida que eu tenho é sobre a história "A Azar do Sortudo", que saiu pela segunda vez com esse nome. O gênero da palavra está correto?
Sobre "E as chuvas chegaram" eu havia comentado quando falei sobre Disney Especial - Os aviadores, de março de 2016: Donald diz "Nuvens, cúmulos tipo 3". Trata-se de um tipo de nuvem chamada Cumulus.
Em "A Noite das Bruxas", que abre a edição, em um único quadro o cabo da vassoura tem uma variação de cor. Como esta coleção segue fielmente as cores originais das histórias, pode ser que na revista "Donald Duck" original já havia este detalhe.
Em "1 milhão de Omeletes", há um pequeno erro de digitação na página 60:
Em "Feitiço x Feiticeiro", Donald lê o livro de 1945 "Palavras ao Vento". A HQ é de 1953. Em 1956, "Written on the Wind" viraria um filme.
Ainda nesta história, apesar de não dar pra ver nessa foto por causa da sombra da minha mão no papel, podemos ver as expressões originais em inglês por trás das frases "Ele é o bom!" e "Viva o Gastão". Apesar de terem sido retiradas para a tradução ser escrita em cima, por alguma razão o texto de baixo continou aparecendo sobre o fundo preto e sob o texto em português. Não sei se vai dar pra ver na foto, mas achei curioso.
O hilário cachorro falante de "A vida é dura" recebeu nome em português: Gaba. Aliás, nos textos do final da edição, acabaram colocando a imagem desta história dentro da descrição da próxima.
O rico interessado em comprar uma velha mansão em "Corretagem não é peraltagem" na tradução se chama "Sr. Barbalho". Será um nome aleatório ou um trocadilho com a família do senador Jader Barbalho?
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Re: Quadrinhos & Gibis
Sim, o problema é na digitalização. Muito provavelmente eles digitalizam dos próprios gibis de onde as histórias saíram, por isso há gradações de cores, manchas, etc.James Revolti escreveu:Tem que ver como era o material que ia pra gráfica na época. Talvez reutilizassem os mesmos originais.
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É que dispensaram o Estúdio Lua Azul para fazer esse trabalho em republicações. No lugar, ficou esse material que eles tem coragem de chamar de "reprodução original". Imagine quem compra isso hoje e não conhece os originais. Acaba pensando que a qualidade dos gibis antigos era péssima, quando na verdade era muito melhor!
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