História

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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 29 Ago 2022, 13:59

NOTÍCIAS
Independência
D. João VI e D. Pedro I, e os ataques à nossa história
Esta na moda atacar a história do Brasil sem conhecê-la

ImagemQuadro Independência de Pedro Américo – Foto: reprodução

Virou moda atacar a história brasileira, aqueles que nada fazem contra os “colonizadores” modernos lutam contra espantalhos de centenas de anos atrás. Queimaram a estátua de Borba Gato por ser um escravizador de índio, mas o bandeirante era mais índio que português e vinha de uma geração mais preocupada com ouro e esmeraldas do que com mão de obra indígena. Queimaram também Pero Vaz de Caminha quando o alvo era Pedro Álvares Cabral (não souberam distinguir). O pobre literato, que inaugurou a literatura brasileira, cometeu o enorme crime de escrever uma carta. Seu compadre, Cabral, cometeu crime maior ainda, descobriu o Brasil.

Atacar a história brasileira é um ato histérico, não adianta, o que já aconteceu não mudará. O pior é que quem profere os ataques não conhece a nossa história e, por isso, a luta que dizem levar adiante também é estéril.

Não sabem a importância dos bandeirantes, responsáveis pelo tamanho do território brasileiro. Sem eles, seriamos apenas uma pequena banda litorânea, e não o gigante da América do Sul. O Brasil é uma Rússia, uma China na América do Sul. Os bandeirantes, que adentraram o território brasileiro, andando distância gigantescas para desbravar o território, eram legitimamente brasileiros, filhos de índios com portugueses, por isso conheciam o território tão bem e se deslocavam com tanta facilidade, herdaram as técnicas indígenas de trilhar a mata fechada.

Dom João VI e Dom Pedro I

Para de fato entender a história não podemos olhar os acontecimentos do passado com a moral de hoje, e muito menos interpretá-los sem entender qual papel cada acontecimento ou personagem teve no desenvolvimento da história universal. A burguesia, hoje, é uma classe decadente e retrógrada, mas do final da era medieval até o início do século XIX, foi uma revolucionária cuja contribuição para o desenvolvimento da humanidade é inestimável: pôs fim à monarquia. Essa análise também deve ser feita com figuras históricas e não apenas com classes. Já na época de Dom João a nobreza era uma classe social que via seus últimos dias, graças a Napoleão a burguesia francesa levava a revolução para toda a Europa. Contudo, Dom João VI teve um papel importantíssimo para a história brasileira.

Sua vinda ao Brasil e a elevação do nosso País a metrópole contribuiu para que o Brasil seja até hoje o país mais desenvolvido da América Latina. O rei saiu de uma pequena faixa litorânea do disputadíssimo território europeu e transferiu o Estado português para um território novo e enorme. Se em Portugal estava preso entre os franceses e os ingleses, no Brasil agora se tornava uma ameaça para os dois. A elevação do Brasil a metrópole fez com que nossa economia e também nossa cultura florescessem.

Seu filho, Dom Pedro I, foi ainda mais importante para o Brasil. Quando Dom João foi forçado a voltar para Portugal devido aos revolucionários do Porto, o risco de perder o Brasil era muito grande, e pior, do país se dividir entre vários estados. O rei português tentou adiar ao máximo sua volta para a Europa, até encontrar como solução deixar seu primogênito, Pedro, como regente.

Pedro ficou no país onde praticamente cresceu, estava aqui já há mais de uma década. Após a revolta do Porto a situação brasileira não era simples, várias províncias tentavam se separar e alçavam o título de províncias independentes, o país estava enfraquecido. Vale ressaltar que o príncipe regente tinha as ideias de seu tempo, era próximo dos oficiais e liderava-os aqui no Brasil. O exército na época tinha ideais constitucionalistas, assim como os revoltosos do Porto, e ao invés de ser ultrapassado pelos acontecimentos, D. Pedro I esteve à frente, liderou os oficiais no motim da Praça do Rocio que fez o rei aderir à constituição da Revolução Liberal do Porto.

A família real, com exceção de Pedro I, voltou em 1821 para Portugal, um ano depois os constitucionalistas pressionavam para a volta do Brasil à sua posição de colônia. Não era possível voltar atrás, o Brasil era uma potência emergente no panorama mundial e submetê-lo a condição de colônia significaria um retrocesso. As revoltas que aconteceram antes da vinda da família real aconteceriam novamente e o país poderia se dividir. Dom Pedro I proclamou a independência do Brasil, e longe de ser a farsa como apontam os identitários e os jornais da burguesia, querendo diminuir a história do nosso País, Dom Pedro I teve que lutar contra o exército português sem ter um exército e uma marinha. O recém-formado Estado brasileiro teve que recrutar e se virar para enfrentar as tropas portuguesas.

A vitória dos brasileiros não somente expulsou os portugueses como cimentou de fato o território nacional, garantindo sua integridade e união.

Dom Pedro I, para muitos de seus contemporâneos e de seus biógrafos, era não somente um homem à frente de seu tempo, mas um herói como nas obras românticas da época. Várias vezes abdicou do poder para participar ativamente do desenvolvimento histórico. Após a morte de seu pai, abriu mão da coroa brasileira e voltou para Portugal lutar contra seu irmão, Dom Miguel, que tentava usurpar a coroa portuguesa de sua filha. Sem exército, juntou voluntários, dentre eles vários literatos da geração ultra romântica portuguesa como o historiador Alexandre Herculano, jovens idealistas que se juntaram para expulsar Dom Miguel, usurpador da coroa portuguesa e apoiado pela Espanha. Foi com esse exército, infinitamente menor de voluntários, que Dom Pedro I derrotou o irmão. Morreu de uma crise epilética, agravada pelos impactos de espadas e quedas de cavalo das guerras em que lutou. Falecendo aos 35 anos.

Sua história está aqui muito resumida, por isso, convido a todos a lerem a revista Causa Operária, que sairá na próxima sexta com uma matéria especial sobre o imperador brasileiro, e a assistir o segundo módulo do curso Brasil: 500 anos de história, ministrado pelo companheiro Rui Costa Pimenta. O curso será retomado no dia 6 de setembro, véspera do aniversário de 200 ano de independência.


https://www.causaoperaria.org.br/rede/d ... -historia/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 01 Set 2022, 06:18

NOTÍCIAS
História
A importância de D. Pedro I para o Brasil
Dom Pedro, o libertador do Brasil

ImagemDom Pedro I – Foto: reprodução

O companheiro Rui Costa Pimenta começou a Análise Política da Semana, abordando a importância da independência do Brasil, lembrou que nos países europeu há uma abordagem até crítica da esquerda sobre suas conquistas, porém muito diferente da esquerda pequeno-burguesa e identitária atacam a história do seu país muitas vezes sem conhecer em profundidade a história do continente.

Ressaltou que o país tem dimensões continentais, apesar de seu atraso dentro do capitalismo, oprimido pelo pelo imperialismo, mas diante da sua dimensão tem papel decisivo na política internacional, um país gigantesco, tem uma população de 220 milhões de habitantes, com 8 milhões de km2. Devemos ressaltar o fato da constituição da independência como algum positivo e digno de comemoração.

Um país que constituiu um cultura própria diante de sua mistura de diversas nações europeias, africanas, asiáticas e indígenas. A esquerda pequeno-burguesa quer apagar esse evento grandioso, pois dizem que na América Latina os diversos país teve guerra e revoluções e contrapartida no Brasil não. Porém vale ressaltar que a América espanhola diante da luta fragmentou todo o seu território em pequenos países e o Brasil se manteve unificado.

Rui mostrou que a independência do Brasil foi vitoriosa frente aos outros países da América latina, pois criou um país gigantesco e estratégico no cenário mundial. A esquerda já chegou até questionar se o tamanho do país seria algo bom. A esquerda pequeno-burguesa desvaloriza o tempo todo a cultura nacional, tudo que é nosso não seria nosso. Rechaçam tudo que é nacional e europeu. Acham que deveríamos ter vergonha do nosso país.

Comentou que as dimensões territoriais influem muito em uma guerra e nos recursos naturais, pois diversos países da américa latina pelo seu tamanho sofrem com o atraso econômico salvo algumas exceções como a Argentina e o Chile. O problema da América latina está totalmente ligada a independências desses países.

Uma figura que deve ser ressalta na independência é D Pedro I, foi apesar de ser da família real jogou os portugueses ao mar e abraçou a causa popular, ele adotou o Brasil como sua nação contra Portugal

Dom Pedro foi um herói do ponto de vista romântico, abdicou da coroa brasileira para recuperar a coroa para sua filha contra o golpe de seu irmão. Quando retomou a coroa abdicou em nome de sua filha. Muitos autores apontam que para ele o poder não era importante, mas sim deixar sua marca na história.

O Brasil no momento da independência já era independente de Portugal, pois o movimento foi para preservar a sua autonomia frente aos capitalistas portugueses que fizeram a Revolução do Porto de 1820.

Já havia um país soberano, já existia um exercito brasileiro, o sete de setembro e a independência do Brasil e a importância de D.Pedro I será mais aprofundado na Universidade Marxista que retorna no dia 6 de setembro de 2022.

https://www.causaoperaria.org.br/rede/h ... -o-brasil/
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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 08 Set 2022, 02:23

NOTÍCIAS
Brava gente brasileira!
1822: a culminação de um processo revolucionário
O ano de 1822 é um dos mais importantes, se não o mais importante da história nacional, foi um ponto chave da revolução que libertou o Brasil do domínio de Portugal

ImagemD Pedro proclama ao povo que fica e dá inicio a luta armada pela libertação da nação. – Foto: reprodução.

Oano de 1822 é um dos mais importantes, se não o mais importante, da história do Brasil. Não é apenas a data de fundação do Brasil como país independente, a data de nascimento do país que existe até os dias de hoje. Outras datas recebem muito destaque como pontos de inflexão na história nacional como a Revolução de 1930 ou a abolição da escravidão e a proclamação da república em 1888 e 89. Mas nenhuma dessas lutas pelo progresso e pela libertação da nação seriam possíveis sem o primeiro grande passo que foi a conquista da independência, o ápice de um processo revolucionário.

A história da independência não pode ser entendida sem se ter uma compreensão do que é uma revolução burguesa e, no caso do Brasil, isso é peculiar pois quase toda a sua história está atrelada a esse processo. O Brasil surgiu na verdade a partir de um processo revolucionário em Portugal, a Revolução de Avis em 1385, que alçou D João I como representante da burguesia do país. Foi a primeira dessas revoluções na Europa, foi tão prematura que precedeu em 200 anos a próxima, que aconteceria na Holanda. A partir desse processo Portugal pode realizar as grandes navegações e assim descobrir o Brasil.

Sendo assim o Brasil, desde o seu nascimento em 1500, nasceu sobre a égide de um novo mundo, do qual Portugal apresentou o primeiro suspiro. Esse novo mundo só viria a ser predominante após a Revolução Francesa de 1789, a revolução universal nas palavras de Karl Marx. Foi desse processo revolucionário, a maior e mais importante das revoluções burguesas, que surgiu o grandioso acontecimento que foi a independência do Brasil, bem como muitas outras revoluções em diversas partes do mundo durante o século XIX.

Para o Brasil, a Revolução Francesa chegou de uma forma bem peculiar, provavelmente única em toda a história mundial, a transmigração da corte portuguesa ao Rio de Janeiro. Esse processo em si, que aconteceu em 1808 devido à invasão de Portugal por Napoleão, deu o pontapé para as grandes mudanças que estavam por vir. Entre 1808 e 1822 o país já teve um enorme progresso ─ a presença de todo um aparato de Estado da metrópole no que até então era uma colônia causou um impacto gigantesco na economia e na política. Isso se materializou quando em 1815 o Brasil foi oficialmente elevado a reino, no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Mas a Revolução Francesa não chegou no Brasil apenas por meio da família real. As ideias revolucionários e as mobilizações afetaram desde a população pobre das cidades e do campo até a classe dominante rural e o próprio príncipe herdeiro do trono, D Pedro. Os movimentos desorganizados que existiram durante os dois séculos anteriores, sendo os mais famosos a Conjuração Baiana e a Inconfidência Mineira, ganharam uma coesão que no final garantiria a vitória da luta pela independência do Brasil.

Em 1817 a Revolução chegou em Pernambuco, mas foi um episódio que não se desenvolveu nacionalmente. Contudo, quando a revolução liberal eclodiu no Porto, em Portugal, em 1820, ela deu início ao que seria o ápice do processo revolucionário do Brasil. A partir deste momento a burguesia de Portugal partiu para a ofensiva, tentando recolonizar o Brasil por meio do retorno da família Real. Isso gerou no Brasil uma reação de luta para manter a condição elevada que o país havia atingido. Ao mesmo tempo, a tendência da população, com destaque para as bases das forças armadas, era a da defesa da constituição, de um regime liberal, e é aí que entra a figura revolucionária de D Pedro I.

O príncipe herdeiro era um defensor do liberalismo, ou seja, dos novos ideias que haviam tomado conta do mundo com a Revolução Francesa, era um admirador de Napoleão (que levou as conquistas da Revolução para toda a Europa), ao contrário dos antigos monarcas que possuíam uma repulsa por tudo que ele representava. Ele ao mesmo tempo era um líder militar e assim pode liderar esse processo revolucionário que acontecia no Brasil. Quando as tropas se rebelaram em defesa da constituição no Rio de Janeiro, em 1821, ele assumiu a liderança do movimento e jurou lealdade à constituição. Posteriormente ele escreveria tanto a constituição brasileira como a portuguesa.

Foi a partir dessas revoltas populares que eclodiram em 1821 que D Pedro passou a ser a principal figura política do país, um verdadeiro líder popular. Enquanto seu pai D João VI voltou a Portugal a mando das Cortes, ele ficou no Brasil e lutou pela liberdade da nação. De 1821 até o final da guerra de libertação nacional, D Pedro I liderou uma enorme mobilização popular que primeiro expulsou os portugueses do Rio de Janeiro e depois de todo o Brasil, assim conquistando a unidade do território. Ele foi uma liderança revolucionária assim como foram Napoleão e Simón Bolívar, mesmo sendo uma figura da família real e herdeiro do trono.

Essa fonte de confusão e calúnias contra o processo de independência, que seria a contradição do monarca ser progressista, desaparece ao se analisar a história das dinastias de Portugal. Em 1385 D Joao I de Avis liderou uma revolução. D João IV de Bragança também liderou a revolução de 1640 contra a dominação espanhola de Portugal. Esta teve seu impacto no Brasil com a expulsão dos holandeses de Pernambuco, que foi por sua vez um processo revolucionário em si. D Pedro I seguiu essa tradição: foi monarca e revolucionário, foi a liderança da maior libertação colonial da história da humanidade.

No aniversário de 200 anos da Independência do Brasil, os ataques a este importantíssimo evento aparecem de todos os lados, desde a imprensa imperialista até a imprensa golpista nacional passando pelos professores universitários, a direita e a a esquerda pequeno-burguesa, que seguem cegamente o que dizem esses jornais. Aqueles que atacam esse processo revolucionário que fundou o Brasil, um dos mais importantes países do mundo, também atacam a revolução brasileira dos dias de hoje.

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Mensagem por Nezz » 08 Set 2022, 09:35

7 de Setembro de 1822: Independência ou Morte!
7 de Setembro de 2022: Imbrochável! Imbrochável!

Fico me perguntando como que os historiadores no futuro irão explicar isso... O que o Bolsonaro fez com o bicentenário da nossa independência é imperdoável.
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Mensagem por Chapolin Gremista » 12 Set 2022, 21:13

NOTÍCIAS
História
De onde surgiu a avacalhação da história nacional
A desonestidade com a história do Brasil e seu povo é um ataque à nossa soberania e construção de um grande país

ImagemO nascimento do Brasil foi sim um grande feito revolucionário dos portugueses no século XVI – Foto: Reprodução

Amais nova investida contra o Brasil praticada pelo imperialismo, com apoio dos capachos da direita e da extrema-direita, além da esquerda pequeno-burguesa, que andam a reboque dessa política nefasta contra os povos oprimidos; é o ataque à identidade nacional.

Há muito tempo, no Brasil, tomamos conhecimento desse ataque retratado nas telas do cinema nacional, nas universidades e na grande imprensa. Vulgarizar, estereotipar e revisionar a história de forma tosca e mentirosa é o caminho traçado pelos detratores da história nacional. Ser honesto com a história do Brasil é tornar seu povo mais consciente e orgulhoso.

O povo brasileiro sempre lutou, guerreou e conquistou a duras penas sua independência nacional, sua liberdade com o fim da escravidão, a luta pela República e, hoje, precisa continuar na luta para defender a soberania do País.

Nesse Bicentenário da Independência, vimos o governo Bolsonaro, que na verdade não planejou uma festa que fizesse jus à data, trazer para o Brasil o coração de D.Pedro I, um herói nacional, um “homem bastante avançado para a época dele”, segundo Rui Costa Pimenta, Presidente Nacional do Partido da Causa Operária (PCO). Muitos criticaram e cunharam o ato como mórbido, sem levar em conta que era uma homenagem a quem de fato lutou pela independência nacional, uma luta secular.

Neste 7 de Setembro, vimos, infelizmente, um show grotesco do presidente da República, que preferiu falar de sua suposta virilidade a exaltar a nação e os feitos de seu povo. Esqueceram até o coração de D. Pedro! A oportunidade era de comemorar, refletir o passado, o presente e planejar um futuro digno para todos, mas o que ficou evidente no ato dessa quarta-feira (07) foi um duro golpe na identidade nacional e a demonstração de força mobilizadora de Bolsonaro, eivado de atitudes pitorescas, além da covardia da esquerda parlamentar, que preferiu ficar em casa a ter que enfrentar as “ameaças” dos bolsonaristas nas ruas.

Em entrevista gravada pelo canal Brasil 247, exibida no dia 7, o companheiro Rui Costa Pimenta, fez uma breve e profunda reflexão ao ser questionado pelo jornalista Leonardo Attuch sobre a identidade nacional brasileira:

“O nacionalismo, em geral, ele pega essas formas populares. O Brizola falou que ele defendia o socialismo moreno, o que é óbvio, o país é um país moreno, vai do preto retinto, que é uma minoria aqui também, até o moreno bem claro, que é o meu caso. Eu, por exemplo, uma parte da minha ascendência é africana. Eu já sou um produto mais branco dessa família que já foi muito escura em tempos anteriores”, afirmou Rui sobre a diversidade racial brasileira.

Sobre a importância do 7 de Setembro totalmente capturado pela direita bolsonarista, Rui refletiu:

“Eu acho que a esquerda está numa posição totalmente equivocada, porque o Bolsonaro está faturando. O povo brasileiro não é antinacional na sua esmagadora maioria. Essa mentalidade ela não é majoritária. É uma posição de determinados círculos de que a independência não foi nada […] A esquerda deveria ter se apresentado com um posicionamento mais de defesa nacional. Deveria ter denunciado que todo esse nacionalismo do Bolsonaro é um nacionalismo de fachada.”

Sobre a inércia da esquerda em comemorar o ato, Rui afirmou que “vai ter ato dos excluídos, sempre tem no dia 7 de setembro” e o pessoal deveria participar.

“Nós, do PCO, estamos nos organizando para participar, mas eu não acredito que seja muito grande, não. Tem todo esse medo do Bolsonaro, uma maneira errada de colocar o problema. Não acho que Bolsonaro está saindo à rua para causar nenhum tipo de coisa. Ele está saindo às ruas para uma comemoração com as famílias evangélicas e coisas do tipo. A esquerda não deveria ser tão acanhada, tão medrosa assim…”.

“Nós somos os verdadeiros defensores do Brasil. Bolsonaro é fachada, é só agitar bandeira e cantar hino. Isso não é defesa do Brasil, é só encenação. O verdadeiro patriotismo está na defesa de sua cultura, da soberania do país, do seu povo, enfim, tudo que esse e outros governos de direita não vêm fazendo. Estão vendendo as riquezas nacionais a um preço que popularmente conhecemos como ‘preço de banana’, comprometendo o futuro promissor de um país que já nasceu grande e importante.”

A saída para derrotar esse ataque à história nacional diante do crescimento de Bolsonaro nas pesquisas e de suas realizações esquisitas é denunciar a farsa que é o bolsonarismo no Brasil, assim como a terceira via, que é tão bolsonarista quanto, e lutar por um país verdadeiramente independente, sob um governo popular, com um programa de defesa nacional, que assegure a soberania da Amazônia, estatize as empresas que foram privatizadas, defenda nossas riquezas nacionais, anule o golpe imperialista e todos os ataques à previdência pública e aos direitos trabalhistas do povo brasileiro.

Viva o bicentenário da Independência do Brasil!

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Mensagem por Nezz » 12 Set 2022, 21:17

E como esse ufanismo barato vai ajudar?
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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 12 Set 2022, 21:23

É o contrário, não vejo no que o vira-latismo ajuda.



NOTÍCIAS
Contra o revisionismo
“Dom Pedro foi uma pessoa crucial para a Independência”
O companheiro Rui Costa Pimenta, Presidente do PCO, em entrevista para o 247, analisou a importância de Dom Pedro I para a HIstória do Brasil

ImagemDom Pedro I ao piano – Foto: Reprodução



Em entrevista para a TV 247, Leonardo Attuch sabatinou o companheiro Rui Costa Pimenta a respeito da verdadeira história da Independência do Brasil. Entre as questões feitas pelo entrevistador, Attuch questionou Rui sobre a tentativa de setores da imprensa e da intelectualidade de menosprezar os heróis nacionais e a história da independência, especialmente Dom Pedro I. De acordo com o Presidente Nacional do Partido da Causa Operária (PCO), “Dom Pedro I foi uma peça crucial para a Independência“.

A história do Brasil é muito menos valorizada do que deveria. Além da história do Brasil não ser valorizada, é menosprezada e cada vez mais ridicularizada, distorcida e desmoralizada, a começar por importantes nomes como Dom Pedro I, que tem sido alvo dos ataques por parte da imprensa capitalista com auxílio imediato de intelectuais.

Na realidade, Dom Pedro deveria ser tratado como um herói brasileiro, pois ele foi um uma pessoa crucial na Independência. A presença de um príncipe de sangue real português não existia em nenhum outro lugar do mundo, em colônias de língua portuguesa, o que reforça a importância geográfica do território brasileiro e suas potencialidades, sempre menosprezadas por historiadores, consciente ou inconscientemente a serviço do imperialismo.

Dom Pedro, ao contrário do que muita gente pensa, era um Liberal, admirador de Napoleão e da Revolução Francesa, além de ter defendido a Monarquia Constitucional. Era um homem bastante avançado para época que, ao mesmo tempo, possuía características que garantiam a ele maior autoridade.

Dom Pedro I tomou a atitude de pensar a primeira constituição, além de ter sido um líder militar. Graças a ele, as tropas portuguesas e brasileiras aderiram à Independência Nacional, ou seja, foi a pessoa chave da Independência. Evidentemente que muita gente participou desse processo, mas Dom Pedro I foi o grande líder da Independência e a historiografia brasileira sempre reconheceu isso antes da década de 1930.

Dom Pedro I e a Imperatriz Leopoldina eram muito jovens, e o ardor da juventude, o idealismo em fazer a independência de forma pragmática, foram elementos decisivos para tamanho empreendimento, fazendo da independência uma grande epopeia que fez com que o Brasil se tornasse, definitivamente, um país centralizado territorialmente. Tudo isso diante de um período de profunda fragmentação na América Latina, com a tentativa de tomada do poder por potências imperiais como o Reino Unido.

À época dos acontecimentos, os jovens Pedro e Leopoldina foram profundamente influenciados pelo Romantismo, movimento literário de grande intensidade, ao mesmo tempo que eram conscientes politicamente. Conseguiram dar o tom da libertação do País e evitar a fragmentação nacional, estabelecendo a Constituição, a língua e as condições iniciais para o desenvolvimento nacional.

Por trás do revisionismo, os intelectuais
Com a Proclamação da República, a intelectualidade brasileira iniciou um processo de revisionismo histórico intenso, a fim de desmoralizar a Monarquia. Tais intelectuais passaram a incorporar valores do imperialismo, que emergia, e criaram uma nova história nacional, a fim de favorecer cada vez mais as potências estrangeiras. Esse movimento de revisionismo, progressivamente, vai levando diversos setores a estabelecer uma concepção crítica da independência, considerando o atraso do Brasil em relação aos Estados Unidos, principalmente.

Além das tradicionais chacotas ao Imperador Soldado, as teses elaboradas desde Sérgio Buarque de Holanda (entre outros autores) foram fundamentadas em comparação ao avanço dos Estados Unidos, procurando demonstrar não apenas as “injustiças sociais” mas, sobretudo, as razões do suposto fracasso nacional. As teses de ordem culturalistas, que procuram ressaltar o papel da cultura na explicação do conjunto da sociedade, tiveram um papel histórico de depreciar o Brasil e facilitar a dominação imperialista.

Mitologias sobre o Brasil, como a tese do “homem cordial”, onde é evocada uma série de características negativas dos brasileiros, circularam pelo mundo e ainda servem como espelho para a própria intelectualidade voltar suas teses contra o Brasil. Essas teses se popularizaram e se alastraram com grande velocidade e se enraízam na mentalidade do povo como se os problemas brasileiros fossem problemas relativos à falhas de caráter; corruptibilidade; malandragem; preguiça; afetividade; sexualidade etc.

O Positivismo da Primeira República acabou também por difundir teses relacionadas à questão da raça, que foram rapidamente difundidas. No choque de intelectuais que visavam combater essas ideologias, também ficaram reclusos e reféns do tema da Escravidão, chegando nos dias de hoje em sua forma identitária da teoria do “racismo estrutural”.

Assistam a entrevista completa do companheiro Rui Costa Pimenta logo abaixo:



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Mensagem por Chapolin Gremista » 21 Set 2022, 04:42

NOTÍCIAS
História do Brasil
O avanço brasileiro após a vinda da Família Real
Nesta terça-feira (13), foi ao ar mais uma aula da Universidade Marxista sobre a história do Brasil

ImagemFamília Real no Brasil – Foto: Reprodução

Nesta terça-feira (13), foi ao ar mais uma aula da Universidade Marxista. Ministrada pelo companheiro Rui Costa Pimenta, Presidente Nacional do Partido da Causa Operária (PCO), seu tema, nesta edição, trata da história do Brasil por uma perspectiva marxista, ou seja, baseada no materialismo histórico.

Na última aula, Rui se refere ao processo que levou à decisão da corte portuguesa de transferir o governo de Portugal para a então colônia Brasil. Com isso, o País passou a ser a sede do governo português, aumentando a importância do território nacional e, por alguns, anos deixou de ser colônia, passando a ser a Metrópole portuguesa num território muito maior que o de Portugal.

O início da criação da nação Brasil

Em 1808, em função das guerras napoleônicas, com a invasão de Portugal, a monarquia trouxe para o Brasil parte substancial do estado. Por lá, continuaram as administrações regionais e parte da administração do governo central.

Essa decisão, nas palavras de Rui, “criou uma coisa inusitada e original e, pela primeira vez, um país na América construído como colônia se transforma da noite para o dia na metrópole do enorme império português, sendo que tinha possessões na África, na Índia e em outros lugares”. Com isso, o Brasil se transforma numa espécie de país europeu, e isso é fundamental para compreender a história do Brasil.

É fundamental porque muitos falam desse tema de forma pejorativa, dizendo que D. João VI saiu de Portugal por medo de Napoleão, que a família real era meio estranha etc., algo que leva a conclusões erradas sobre os fatos reais. Foi citado, na apresentação, que, naquela época, todos os governantes tinham medo de Napoleão, não só o rei de Portugal, e que todos esses argumentos são calúnias contra a verdadeira história da construção da nação brasileira e tem o objetivo de menosprezar nossa história.

Consequências da chegada da corte

Com a vinda da família real para o Brasil, foi abolido quase todo o estatuto de colônia. O comércio brasileiro, que era monopólio da metrópole, passou a ser livre; foi abolida a proibição da criação de indústrias e transformaram a cidade do Rio de Janeiro numa cidade apropriada para os padrões da monarquia, se transformando em capital de todo o império português. Podemos dizer que a monarquia portuguesa operou uma verdadeira revolução social no Brasil, “Mas tudo isso é menosprezado e tratado como folclore, como anedota, que tem como objetivo denegrir a história do país”, disse Rui Costa Pimenta.

Com a derrota de Napoleão em 1812, instaurou-se na Europa uma nova ordem política e social, a Inglaterra como a nação mais desenvolvida e várias outras monarquias já em franca decadência. Esses estados começam a fazer pressão para a volta da monarquia portuguesa para a Europa porque o equilíbrio entre esses países estava ameaçado. Portugal, com a nova sede do governo no Brasil, aumentou sua importância política. Seu território na Europa era infinitamente menor que o do Brasil, passando a ser um império, aumentando seu grau de importância perante os estados europeus.

A origem do desenvolvimento interno

A monarquia, agora sediada no Rio de Janeiro, foi responsável pelo enorme desenvolvimento da cidade e do País, representando o início do processo de independência do Brasil futuramente, pois aqui estava toda a administração do estado português, toda a corte e, inclusive, a ordem jurídica, seus tribunais e as forças armadas, dando nova dinâmica na organização do país e da cidade do Rio de Janeiro. Foi um verdadeiro aprendizado para os brasileiros.

Os brasileiros aumentam a participação na administração desse estado, se destacando Alexandre de Gusmão, que foi o responsável pela negociação com a monarquia espanhola pela divisão do território entre as duas nações, o Tratado de Madrid, com ampla vantagem para Portugal, triplicando o território pertencente a Portugal. Ele também foi diplomata e secretário particular de Dom João V, fato impensado para a população de outras colônias em relação às suas Metrópoles.

Isso mostra que os tipos de colônia são distintos e, de acordo com a realidade e as necessidades locais, o mesmo ocorre com as metrópoles. Em geral, as populações das colônias eram tratadas como uma espécie de servos. “Os cidadãos eram tratados não como cidadãos de segunda classe, mas como seres humanos de segunda classe”, nas palavras do Rui.

Esclarecendo dúvidas

Não podemos encarar a mudança da família real para o Brasil como uma opção entre muitas. “Ela foi ocasionada por um problema político concreto”, colocou Rui, porque se o rei de Portugal fosse aprisionado pelos franceses, ficaria completamente dominado por eles. Por isso era fundamental a mudança da família real.

Por outro lado, se o rei optasse pelo exílio, ficaria enfraquecido e com muita dificuldade de retomar seu reino. A vinda para o Brasil poupou seu reinado numa manobra política muito arrojada e se estabeleceu num país novo. Distante da Europa, fica impossibilitada a invasão do Brasil, por ser mais de um mês de navegação para chegar aqui, fora as dificuldades operacionais de tropas, munições etc. Foi uma derrota para os franceses e uma vitória política para Portugal, “um golpe de mestre”.

Colônia de exploração x de povoamento

A diferença entre colônia de exploração e de povoamento é resultado da comparação entre Brasil e EUA. No início, era uma colônia pequena em no século XIX, incorporou territórios do México, comprou a Luisiana dos franceses e chegaram ao tamanho e desenvolvimento que tem hoje, enquanto que o Brasil tem menos que isso.

Isso é consequência da metodologia errada de pesquisa. Ao invés de questionarem por que o Brasil é assim, deveriam questionar porque os EUA são assim. Afinal, o Brasil tem pouco desenvolvimento capitalista como todos os demais países do continente, então deveriam olhar para as especificidades dele, o único desenvolvido. Acontece que os intelectuais pequeno-burgueses têm influências da burguesia já em crise mundial no século XIX, com informações de teses não marxistas, não científicas, resultando em análises superficiais. Por isso, não conseguiram estabelecer concretamente a diferença do desenvolvimento econômico do Brasil comparada ao dos EUA.

Em suma, o que determinou o desenvolvimento aqui e o que determinou o desenvolvimento lá. No capitalismo, apenas poucas nações conseguiram completar o desenvolvimento capitalista, a grande maioria não conseguiram até hoje, caso também do Brasil. Assim, o capitalismo existe como exceção, não a regra geral. “Os monopólios agem como obstáculo ao desenvolvimento das outras nações”, colocou Rui.

Não podemos aceitar justificativas idealistas para a independência dos países que nasceram como colônia. As independências conquistadas são fruto de processos revolucionários e os historiadores têm dificuldade de identificá-los como, por exemplo, a Revolução do Porto, em Portugal, que teve impacto aqui no Brasil também, abrindo um processo revolucionário.

Nossa independência também sofre esses vieses, dificultando a correta compreensão de como ela aconteceu. Há quem diga que nossa independência foi uma farsa apesar que o país tem sua bandeira, seu hino, seu estado nacional constituído juridicamente, leis próprias etc., o que nos leva a crer que a farsa não é a nossa independência, mas sim a explicação que essas pessoas dão para o 7 de Setembro.

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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 26 Set 2022, 00:06

NOTÍCIAS
Um inovador
20/09/1898 – Santos Dumont faz voo com balão auto-propelido
Santos Dumont foi um inventor genial, uma mente brilhante que merece mais destaque, mas que esbarra na má vontade daqueles que querem apenas diminuir o Brasil.

ImagemO projeto N-1 de Santos-Dumont foi o primeiro dirigível da história – Foto: Reprodução

Santos Dumont foi um inventor genial, uma mente brilhante que merece mais destaque, mas que esbarra na má vontade daqueles que querem apenas diminuir o Brasil.

Santos Dumont

Alberto Santos Dumont, natural de Palmira, atual Santos Dumont, nascido em 20 de julho de 1873, faleceu no Guarujá, em 23 de julho de 1932. Foi um autodidata, engenheiro, aeronauta, esportista e inventor brasileiro, com reconhecimento mundial.

Foi Santos Dumont que projetou, construiu e voou os primeiros balões dirigíveis com motor a gasolina. O mérito dessa façanha é reconhecido internacionalmente pelo Prêmio Deutsch em 1901.

Neste episódio em um voo contornou a Torre Eiffel com o seu dirigível Nº 6, transformando-se em uma das maiores celebridades internacionais durante o século XX. No Prêmio Deutsch, ele também foi o primeiro a cumprir o circuito pré-estabelecido sob observação oficial de especialistas, jornalistas e populares.

Em 23 de outubro de 1906, Santos Dumont voou cerca de 60 metros a uma altura de dois a três metros com o 14-bis, também conhecido como Oiseau de Proie (francês para “ave de rapina”), no Campo de Bagatelle, em Paris. Sendo assim também o primeiro a decolar a bordo de um avião impulsionado por um motor a gasolina.

Na sua juventude, 1891, com 18 anos, Santos Dumont teve a oportunidade de realizar uma viagem turística pela Europa. Tendo contato na França com o alpinismo quando escalou o Monte Branco, acostumando-se a altas altitudes. No ano seguinte já emancipado do pai retornou à França ingressando no automobilismo. Em 1897, com 24 anos e com herança abastada ele retorna à França para ingressar no balonismo.

O N-1

O N-1, primeiro dirigível projetado por Santos Dumont, tinha 25 metros de comprimento e 180 de cubagem, inflado no Jardim da Aclimação de Paris em 18 de setembro de 1898, acabou sofrendo uma avaria por erro de manobra, um rasgo que o interrompeu os testes no dia. Passados dois dias, em 20 de setembro de 1898, a aeronave pôde partir com o desenvolvimento do voo, entretanto em razão do mau funcionamento da bomba de ar que supria o balonete interno, mantendo a rigidez do invólucro do balão, a uma altura de 400 metros, o balão começou a se dobrar e a descer com rapidez.

“A descida efetuava-se com a velocidade de 4 a 5 m/s. Ter-me-ia sido fatal, se eu não tivesse tido a presença de espírito de dizer aos passantes espontaneamente suspensos ao cabo pendente como um verdadeiro cacho humano, que puxassem o cabo na direção oposta à do vento. Graças a essa manobra, diminuiu a velocidade da queda, evitando assim a maior violência do choque. Variei desse modo o meu divertimento: subi num balão e desci numa pipa.” Conta-nos em entrevista, espirituosamente, Santos Dumont como escapou da morte.

Um dos aspectos relevantes dessa investida é que o motor utilizado dirigível foi uma invenção de Santos Dumont. Era um motor Dion-Bouton modificado, com dois cilindros unidos pelas extremidades – disposição denominada “em tandem”.

A versão original fornecia uma potência de 1,5 cavalo-vapor, já a alteração feita por Santos Dumont passou a ser de 3,5 cavalos-vapor. Embora fosse revolucionário, o motor ainda tinha problemas não sanados como alto e rápido aquecimento, sendo dispensado nas construções seguintes.

A destruição da cultura e identidade nacionais

Nesta ocasião, não podemos deixar de denunciar a verdadeira campanha contra a cultura, história e identidades nacionais. Há no Brasil uma verdadeira onda visando destruir nosso passado e história, denegrindo os méritos de brasileiros.

Temos que explicitar que essa tendência não ocorre por acaso, mas trata-se de uma campanha impulsionada pelo imperialismo na defesa dos seus interesses de rapina. Destruir uma grande nação é um grande passo na dominação da população, pequenos países são mais fáceis de controlar e explorar que grandes países.

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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 26 Set 2022, 16:26

NOTÍCIAS
Um revolucionário
23/09/1939: Morre Freud, uma revolução no entendimento da mente
Freud é o principal responsável pela mudança de como os seres humanos enxergavam a si mesmos.

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O dia de 23 de setembro é o dia que marca a data de falecimento do pai da psicanálise, Sigmund Freud. Ele, que morreu em 1939, vítima de um câncer na laringe aos 83 anos, deixou como legado uma intrincada gama de ideias sobre o papel da sexualidade na formação dos indivíduos. Tais teorias chocaram não só a sociedade como também a comunidade científica da época . Por causa disso, Freud sempre encontrou todo tipo de oposição e ataques reacionários, mas, mesmo assim, as ideias que deixou continuam vivas e influentes em nossa era.

Freud ficou mundialmente célebre também devido ao uso clínico da psicanálise para o tratamento das psicopatologias, o que consistia em escutar os pacientes a fim de detectar a origem da enfermidade. Freud acreditava que a libido era a energia essencial que impulsiona e motiva a pessoa. Sua obra foi responsável por fazer surgir uma nova compreensão do indivíduo onde o ser humano é qualificado como um animal dotado de razão imperfeita que é influenciado por seus desejos e sentimentos. E essa contradição entre os impulsos e a vida em uma sociedade regrada geraria, no ente humano, vários tormentos psíquicos.

Nesse contexto o estudo da sexualidade de Freud foi fundamental para o desenvolvimento da psicanálise que hoje conhecemos. A psicanálise é um método de tratamento psíquico e de análise do inconsciente. A princípio, Freud usava o hipnotismo com o objetivo de fazer com que as pacientes reproduzissem os eventos traumáticos que estavam na origem dos sintomas de seus problemas psicológicos. Mais à frente, chegou à conclusão de que os pacientes não precisavam ser hipnotizados, pois a simples recordação através da fala em associação livre, sem os recursos da sugestão hipnótica, era um método mais eficaz para eliminar, alterar ou diminuir os sintomas e os males manifestos da enfermidade.

O método desenvolvido por Freud consistia em orientar seus pacientes a falarem sobre qualquer coisa que lhes viesse à mente, mesmo que a princípio parecesse algo sem importância ou sem relação com seus problemas. Mesmo que fossem coisas reprováveis. Assim, ele descobriu que todos esses pensamentos, lembranças e fantasias tinham relação com os sintomas. E tais sintomas psíquicos seriam manifestações substitutivas de satisfação e estariam relacionadas à sexualidade infantil reprimida nessa fase da vida do paciente.

A grande influência que Freud desenvolveu em sua carreira sofreu críticas de naturezas diversas. Foi sempre muito criticado por variadas correntes políticas e por diversas vertentes religiosas. Foi alvo também de muitas confrontações acaloradas do meio científico. Contudo, a psicanálise de Freud segue firme em seu desenvolvimento com a contribuição dos teóricos e clínicos que o sucederam usando por base seus estudos.

Outro destaque para a influência freudiana se estendeu também aos tempos da revolução russa, pois após a tomada do poder pelos bolcheviques, se relata que houve conexões entre o pensamento de Freud e o de Karl Marx. Sabe-se também que o grande líder revolucionário Leon Trótski era muito favorável à psicanálise, mas quanto este foi condenado ao exílio pelo stalinismo em 1927, a psicanálise foi associada ao trotskismo e oficialmente proibida.

Freud deixou ainda sua influência em diversos outros campos do conhecimento, inclusive na cultura popular quanto ao uso cotidiano de palavras que se tornaram recorrentes em nossa linguagem. Expressões como “neurose”, “repressões”, “projeções” se tornaram populares a partir dos escritos que ele deixou.

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Mensagem por Chapolin Gremista » 07 Out 2022, 22:49

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Mensagem por Chapolin Gremista » 12 Out 2022, 01:07

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Mensagem por Chapolin Gremista » 21 Out 2022, 00:08

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Mensagem por Chapolin Gremista » 25 Out 2022, 15:25

NOTÍCIAS
CUBA
25/10/1962 – 60 anos da Crise dos Mísseis
Há 60 anos se abriu uma grande tensão entre os EUA e a URSS com a instalação de mísseis em Cuba, recém aderida ao socialismo, o que se deu logo após o fracasso da Baía dos Porcos.

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Há 60 anos, entre os dias 16 e 28 de outubro de 1962, abriu-se um confronto de 13 dias, entre os Estados Unidos da America (EUA) e a União Soviética (USS). Conhecida como a Crise de Outubro ou Crise dos mísseis de Cuba, a disputa deu-se em torno da instalação de mísseis balísticos soviéticos em Cuba.

O ambiente

A Ilha tinha passado por quase uma década de guerra civil, concluída sua revolução a pouco havia se estabelecido como um Estado operário. Esse processo consolidou-se logo após a tentativa fracassada de invasão da Baía dos Porcos.

Sob a ofensiva do imperialismo norte-americano, o recém estabelecido governo Cubano buscou ajuda da USS. Após deliberação em reunião secreta entre Kruchev e Fidel Castro em julho, começou a construção de uma série de instalações de lançamento de mísseis.

Apenas no ano de 1961, além da tentativa fracassada de golpe da Baía dos Porcos, os EUA haviam instalado mísseis nucleares na Turquia, Inglaterra e Itália. Entre os mísseis balísticos estadunidenses estavam 45 unidades do PGM-19 Jupiter, arma de médio alcance (2.980 km), sendo 30 mísseis na Itália e 15 mísseis na Turquia.

Os stalinistas, nesse momento, olharam para a Revolução Cubana, não como uma porta de entrada para expandir a revolução por todo o Continente, mas como um meio de retaliação, e propõem ao governo cubano que se instale mísseis atômicos na Ilha.

No mesmo momento uma eleição se desenvolvia nos EUA, tornando-se insustentável para a Casa Branca, a existência de mísseis soviéticos a 145 quilômetros do litoral da Flórida. O governo dos EUA oficialmente negou esta ignorando a situação.

Conflito público

Em 14 de outubro, os EUA divulgaram fotos aéreas de voos secretos, apontando a existência de aproximadamente 4 dezenas de silos para ogivas nucleares em Cuba. Esse foi o momento mais próximo de uma guerra nuclear escalonada no período da Guerra Fria.

“Kennedy, após aconselhamento interno de Dwight D. Eisenhower, anuncia que os aviões de reconhecimento americanos descobriram armas nucleares soviéticas em Cuba e que ele ordenou uma “quarentena” naval da nação comunista.” De imediato, os EUA levantaram um bloqueio militar, visando interceptar novos mísseis remetidos a Cuba.

Também foi exigido que os mísseis balísticos e demais armas já entregues fossem desmontadas e levadas de volta à URSS.

Capitulação stalinista

No dia 27 de outubro, conhecido como “sábado negro”, um avião espião dos EUA foi abatido e seu piloto faleceu. Esse foi um momento culminante, as negociações enrijeceram e a guerra aparentava iminente.

Entretanto, no momento de maior necessidade, a burocracia stalinista, representada na figura de Kruschev, capitulou perante o imperialismo. Abriu mão das posições estratégicas sem nenhuma contrapartida, apenas com uma promessa de futuro recuo do imperialismo na Turquia.

“Nós concordamos em retirar de Cuba os meios que consideram ofensivos. Concordamos em fazer isto e declarar na ONU este compromisso. Seus representantes farão uma declaração de que os EUA, considerando a inquietação e preocupação do Estado soviético, retirarão seus meios análogos da Turquia”.

Os cubanos ficaram muito insatisfeitos, uma vez que queriam que fizesse parte do acordo da retirada dos mísseis, a contrapartida de que os americanos retirassem a base de Guantánamo. Os russos, porém, não apresentam essa exigência. Negociaram com os EUA a retirada dos mísseis da Turquia e mais a promessa (do imperialismo…) americana de não invadir Cuba.

Consequências da capitulação

A consequência imediata da retirada dos mísseis, foi a diminuição da segurança ao governo operário de Cuba e manutenção do bloqueio e investida constante sobre a ilha.

Outra consequência dessa política stalinista foi não apenas a manutenção dos enclaves militares do imperialismo na época, como seu aumento exponencial. Hoje, a Rússia e outras antigas repúblicas soviéticas estão cercadas por instalações militares imperialistas.

Entretanto, uma das consequências mais importantes da capitulação stalinista foi a imposição do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. Esse acordo de 1968, entre os países imperialistas e a burocracia stalinista proibiu os paĩses atrasados que não tinham armamento nucleares de desenvolvê-los. Colocando essas nações em franca desvantagem militar perante o imperialismo.



https://causaoperaria.org.br/2022/25-10 ... s-misseis/
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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 28 Out 2022, 22:10

NOTÍCIAS
INDEPENDÊNCIA
Mais um grupo “revolucionário” que renega a história do Brasil
Pretensos trotskistas subvertem as lutas do povo brasileiro

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Os grupos da esquerda nacional não param de dizer asneiras sobre a história do Brasil. Há um mês e meio, completamos 200 anos de independência e praticamente todos eles se pronunciaram. Encontramos mais um deles que, invariavelmente, despejam as mais grotescas verborragias.

“Toneladas e mais toneladas de açúcar, algodão, tabaco, ouro e pedras preciosas, dentre outros produtos, foram retiradas do nosso território e enviadas à metrópole. Milhares e milhares de vidas de africanos trazidos para o Brasil e dos povos originários foram ceifadas para atender a ganância do lucro do colonizador, promovendo um dos maiores genocídios vividos pela humanidade”, escreve o Luta Socialista, corrente interna do PSOL.

O Brasil, em sua visão, foi apenas vítima da colonização portuguesa. Apenas sofreu uma pilhagem e mesmo um genocídio ─ “um dos maiores genocídios vividos pela humanidade”!

Espanta que o Luta Socialista reivindique-se trotskista, isto é, marxista. Tal raciocínio extremamente raso é o avesso da análise marxista do desenvolvimento histórico da humanidade, é a antítese do materialismo, é um idealismo que nega o desenvolvimento dialético e propaga uma ideia que serve apenas aos interesses imperialistas de dominação atual sobre o nosso país.

É verdade que muita riqueza foi extraída do Brasil. Porém, isso foi algo necessariamente ruim? Em primeiro lugar, ao contrário do pensamento idealista desse grupo, devemos entender que a história da humanidade não pode ser classificada entre algo “bom” ou algo “mau”. As coisas foram o que foram. E foram, naquela época histórica, algo necessário. Necessário para o próprio desenvolvimento da humanidade, pois a extração das riquezas do Brasil alimentou o desenvolvimento do capitalismo, modo de produção que superou a economia feudal europeia, levou ao fim da escravidão e que é uma ponte inevitável para a transição ao socialismo ─ que, nos parece, a Luta Socialista procura reivindicar.

Não somos adeptos de nenhum tipo de revisão histórica, prática comum ao imperialismo, ao stalinismo e ao identitarismo. Não houve nada parecido com um genocídio em território brasileiro. A escravidão foi um modo de produção desprezível, atroz, mas foi, como dissemos, uma inevitabilidade histórica, natural ao desenvolvimento econômico da sociedade. E no Brasil, tanto ela como o processo colonizador em si, foi, para o espanto de muitos esquerdistas iletrados, muito mais “suave” do que em outros países no mesmo período, como a América Espanhola ou os Estados Unidos. O problema é que a análise da esquerda costuma ser anacrônica, costuma-se enxergar o que ocorreu há 400 anos com o mesmo olhar que mira os acontecimentos contemporâneos, sem se dar conta da situação política, econômica e social das distintas épocas.

“Diferente da maioria dos jovens países nas Américas, a nossa independência não veio de uma guerra prolongada contra o colonizador, não promoveu a alforria dos escravos, não concedeu cidadania aos nativos e mestiços pobres e, muito menos, garantiu um Estado Nacional republicano e laico. Pelo contrário, a nossa independência veio de cima pra baixo – sem envolvimento dos setores populares –, pelas mãos do filho do monarca português que desejava um dia substituir seu pai no trono português” ─ ou seja, foi uma farsa! A nossa história, segundo os exímios pensadores psolistas, é toda uma farsa!

Sabemos que o ensino brasileiro de História é uma tristeza. Mas alguém que se pretenda fazer uma análise séria da independência do Brasil, ainda mais buscando atrair para si os setores mais avançados da sociedade, precisa se esforçar para estudá-la e compreendê-la. Dizer que a nossa independência não foi fruto da luta do nosso povo é, ainda, um ataque contra o próprio povo brasileiro. Foram várias as lutas, cada uma delas conduzida pelos setores mais avançados de sua época ─ como a própria independência, que naturalmente não poderia ter sido liderada pelos escravos nem mesmo pelos trabalhadores ou pelas mulheres, que não tinham força naquela época. Dom Pedro I era um dos representantes dessas lideranças, tal como Simón Bolívar ou Artigas foram em seus países, só que ainda mais importante e decisivo.

Tecendo críticas ao fato de sermos uma “monarquia entre várias jovens repúblicas” e à suposta farsa de nossa independência, o texto se esquece de lembrar que o Brasil foi, por outro lado, o país que mais se desenvolveu, mais se enriqueceu e que, portanto, está mais próximo de uma revolução proletária do que qualquer outro país da América Latina levando em conta as condições objetivas. Como a Luta Socialista explica isso?

Logicamente que essa aparente contradição não pode ser explicada utilizando o raciocínio ignorante do texto da organização, mas sim entendendo que, na verdade, a colonização do Brasil pelos portugueses foi algo progressista, e não reacionário, como apresentam. E que nossa história, apesar dos reveses impostos pelas classes dominantes e pelo imperialismo, é uma história gloriosa de progresso e desenvolvimento.

Uma organização que se pretende revolucionária não conseguirá nunca sequer brincar de fazer revolução se não dominar o marxismo e, portanto, não souber interpretar corretamente a história, que é a história do desenvolvimento da sociedade. Vai, pelo contrário, fazer coro com toda a propaganda da burguesia vassala e do imperialismo, que busca a todo o momento rebaixar a nossa história para impedir que nosso presente seja compreendido para que o futuro seja nosso.


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