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Embora os casos de Covid-19 continuem em alta no país, o setor de parques temáticos começou a se mexer para a roda voltar a girar.
Maior complexo do Brasil, o Beto Carrero World, em Penha (SC), voltou a funcionar em 12 de junho, depois de três meses fechado.
Uma portaria da Secretaria de Saúde do estado de Santa Catarina autorizou a reabertura.
"Santa Catarina teve atitudes rápidas para controlar a contaminação e tem provado a todos que é possível, através da conscientização, retornar à rotina com segurança", disse o departamento de comunicação do parque, por email.
Para entrar no Beto Carrero World, o visitante não pode estar com a temperatura corporal acima de 37,8ºC e precisa usar máscara.
Os brinquedos são limpos a cada uso.
A quantidade de visitantes foi limitada a 30% da capacidade.
No final de semana, uma apresentação em área aberta gerou polêmica. Fotos de uma arquibancada com muitos visitantes foram alvo de críticas nas redes sociais. As postagens diziam que as pessoas estavam muito próximas e reclamavam da falta de máscaras.
Segundo o Beto Carrero World, o problema foi o ângulo das imagens. "Daquele ponto, pode parecer que a arquibancada está cheia, mas os shows estão funcionando com 30% da capacidade", disse o departamento de comunicação.
Outro parque brasileiro, o Hopi Hari, em Vinhedo (SP), chegou a anunciar que reabriria no dia 4 de julho, mas teve que voltar atrás porque a curva de casos em sua região cresceu. Ainda não foi divulgada uma nova data.
O Hot Park, complexo aquático em Rio Quente (GO), anunciou a reabertura para 7 de agosto.
A Adibra (associação do setor) criou um protocolo que os associados devem seguir quando decidirem pela retomada, com base em medidas adotadas pela Iaapa (associação internacional).
Segundo a entidade, em um primeiro momento, os espaços podem funcionar com até 50% da capacidade. Cada empresa deve decidir se isso é suficiente para manter o negócio e se há condições sanitárias para a volta da operação.
"Do ponto de vista empresarial, abrir e ter que voltar atrás é complicado, mas isso está acontecendo em todos os setores", diz Vanessa Costa, presidente da entidade.
A retomada no exterior é vista com otimismo pela associação. "A reabertura nos Estados Unidos e na Ásia é como um ensaio para nós. Eles têm medidas similares ao nosso protocolo, o que nos mostra que ele é suficiente", afirma.
A médica Tânia Chaves, da Sociedade Brasileira de Infectologia, discorda. "As medidas não são 100% seguras porque existem muitas variáveis envolvidas", afirma. O cumprimento correto do protocolo por todos os visitantes é um dos pontos problemáticos.
Para ela, ainda não é o momento dos brasileiros irem a parques de diversão. "Não podemos pensar nisso agora."
A China, primeiro país a registrar casos de Covid-19, foi onde os complexos reabriram mais cedo. A Disney de Xangai voltou a operar em 11 de maio; a de Hong Kong, na última quinta (18).
A Disney já anunciou a reabertura dos seus parques em Tóquio (1º de julho), Orlando (11 de julho) e Paris (15 de julho).
Há uma petição com mais de 7.000 assinaturas que pede o adiamento da abertura dos parques da Disney em Orlando.
A Flórida registra mais de 103 mil casos da doença e bateu o recorde de novos infectados no sábado (20), com 4.049 pessoas contaminadas.
A Disney será um dos últimos grupos a retomar as atividades na Flórida. No estado da Flórida, vários outros parques já estão em funcionamento, como o SeaWorld e o Busch Gardens.
O Universal foi um dos primeiros a retomar as atividades em Orlando, em 5 de junho. Segundo a empresa, a quantidade de visitantes foi reduzida, há medição de temperatura e o uso de máscaras é obrigatório no local. Além disso, há marcações para distanciamento social e a limpeza é realizada com mais frequência.
"Designamos áreas específicas nos parques chamadas de 'U-Rest', onde os visitantes podem remover temporariamente as máscaras", diz Juliana Pisani, diretora de marketing do Universal Parks & Resorts para América Latina.