Saúde e Medicina

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Re: É a favor da criação de um imposto para melhorar a Saúde

Mensagem por E.R » 31 Ago 2011, 16:33

http://g1.globo.com/politica/noticia/20 ... saude.html

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O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB-RJ), afirmou ser "favorável" à criação de um tributo específico para financiar a saúde, nos moldes da extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

No Congresso, parlamentares discutem a regulamentação da emenda 29, que fixa percentuais de investimentos da União, estados e municípios para o setor.

"Eu sou totalmente favorável a CPMF, como ela caiu, que se encontre outra solução. Saúde custa caro, cada vez mais precisa de recurso para Saúde, nós temos de encontrar fonte de financiamento para a Saúde", afirmou Cabral, que nesta quarta participou em Brasília de uma audiência pública no Senado sobre a partilha dos royalties do petróleo do pré-sal.

Nesta terça, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que não está descartada a criação um tributo exclusivo para financiar a saúde.

Líderes da oposição e até da base aliada, no entanto, não são favoráveis à criação de um novo imposto.

Cabral, que é filiado ao PMDB, disse esperar que os parlamentares de seu partido, na Câmara, aprovem a criação de "alguma coisa" que ajude a financiar a Saúde. "Mas, evidentemente, cabe ao Congresso Nacional decidir a questão", afirmou.
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Re: É a favor da criação de um imposto para melhorar a Saúde

Mensagem por E.R » 06 Set 2011, 04:57

--
http://g1.globo.com/politica/noticia/20 ... saude.html

Mais da metade dos governadores brasileiros considera que os estados não têm dinheiro suficiente para cobrir as despesas mínimas com saúde estabelecidas pela Emenda 29. A emenda regulamenta os gastos com saúde da União, de estados e de municípios. A lei está em análise no Congresso e deve ser votada ainda neste mês.

Quinze governadores aderiram a uma campanha por uma nova fonte de financiamento para a saúde pública. Em nota, eles afirmam que é preciso aumentar os investimentos no setor. Os governadores se juntaram à presidente Dilma Rousseff na defesa da criação de novas fontes de financiamento para a saúde pública.

"É fundamental esse financiamento da saúde. O Brasil assumiu um modelo de atendimento à população, ao meu ver, correto, universalizado, em que a população tem direito a um serviço de saúde pública amplo e irrestrito", afirmou o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).

Mas os governadores não assumem abertamente a defesa de um novo imposto para a saúde. Eles esperam que a solução surja de um acordo com Dilma. Ela voltou a dizer a ministros e líderes governistas que o problema deve ser resolvido pelo Congresso. Ninguém quer assumir o desgaste político da proposta.

"Agora, é importante os governadores entrarem em cena, a sociedade entrar em cena, os deputados e senadores encontrarem uma alternativa", afirmou o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Para a oposição o governo ja tem dinheiro suficiente e precisa gastar melhor. "A sociedade não aguenta pagar mais carga tributaria, mais impostos, principalmente as pessoas que menos podem", disse Duarte Nogueira (SP), líder do PSDB na Câmara.

A Emenda 29 já prevê a criação da Contribuição Social para a Saúde (CCS), com alíquota de 0,10% sobre as movimentações financeiras.

Poderia gerar receita de R$ 10 bilhões, o que nao é suficiente para cobrir os novos investimentos. A votação esta marcada para o próximo dia 28 na Câmara.
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Re: É a favor da criação de um imposto para melhorar a Saúde

Mensagem por Ô cô... » 06 Set 2011, 12:28

Não.

Eu sou a favor de eles usarem pelo menos um pouco da verba que é supostamente desviada. Com isso, fica-se livre de impostos. :asso:
Vejam finalmente a verdade sobre a minha origem no link abaixo:
[youtube][/youtube]

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Re: É a favor da criação de um imposto para melhorar a Saúde

Mensagem por Dani Vieira » 06 Set 2011, 14:28

Como assim?
O Brasil não precisa de mais impostos. Precisa de menos corruptos!
Sigam-me os bons: @danironia
Visitem meu blog: http://confusoesironicas.blogspot.com.br/
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Re: É a favor da criação de um imposto para melhorar a Saúde

Mensagem por Antonio Felipe » 06 Set 2011, 14:28

E menos ministérios...
• Jornalista
• No meio CH desde 2003
• Um dos fundadores do Fórum Chaves. Administrador desde 2010
• Autor do livro "O Diário do Seu Madruga"
• Eleito pelos usuários como o melhor moderador em 2011, 2012, 2013 e 2014


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• Apoio na realização da etapa brasileira de América Celebra a Chespirito, em 2012
• Produção de entrevistas com Roberto Gómez Fernández, Ana de la Macorra e Ricardo de Pascual
• Entrevistei Rubén Aguirre, Edgar Vivar, Maria Antonieta de las Nieves e Carlos Villagrán
• Viabilizei a entrega da camiseta do Fórum Chaves para Chespirito
• Cobertura jornalística e de redes sociais de praticamente todos os grandes eventos e notícias CH desde 2010
• Um dos idealizadores do "Sigam-me os Bons", campanha social do Fórum e Fã-Clube
• Um dos idealizadores do Bloco Sigam-me os Bons, primeiro bloco temático CH de carnaval em São Paulo
• Apoio e participação nas turnês do Senhor Barriga, Kiko e Paty no Brasil
• Desmentido de todos os boatos envolvendo CH nos últimos anos
• Autor do furo sobre o Chaves no Multishow
• Coordenei o Projeto CH Legendado, que tornou acessível em português os inéditos de Chaves e Chapolin
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Re: É a favor da criação de um imposto para melhorar a Saúde

Mensagem por Scopel » 06 Set 2011, 15:48

E menos dívida pública.

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Re: É a favor da criação de um imposto para melhorar a Saúde

Mensagem por E.R » 14 Set 2011, 00:13

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/ ... 10912.html

O governo federal não tomará "nenhuma iniciativa" em 2011 para criar um imposto voltado ao financiamento da área de saúde, afirmou nesta segunda-feira (12) o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).

- Não terá nenhuma iniciativa do governo neste ano de imposto [para saúde]. O que o governo está fazendo bem é destinando recursos para a saúde, o que já cumpre o que exige a Emenda 29. O governo federal já está arcando com a sua responsabilidade.

A declaração foi feita após participar da reunião de coordenação política no Palácio do Planalto, com a presidente Dilma Rousseff.

A votação da Emenda 29, que fixa porcentuais para serem investidos pela União, pelos Estados e municípios, está marcada para o próximo dia 28 na Câmara dos Deputados. Segundo Vaccarezza, o governo liberou o voto da bancada.

- É preciso tomar uma série de ações para melhorar a gestão, e nós estamos tomando. A principal será o Cartão da Saúde, que vai melhorar bastante. Depois de tudo isso, lá no futuro, vamos discutir com a sociedade se isso é suficiente para dar atendimento de qualidade.
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Re: Saúde

Mensagem por E.R » 27 Set 2011, 02:52

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/ ... RADOS.html


Ambulâncias novas, recém-compradas, não são usadas.

O Fantástico apresenta a triste radiografia de um serviço público essencial: as ambulâncias do Brasil precisam de socorro. Percorremos sete estados e, além de flagrantes absurdos de precariedade, descobrimos que mais de mil ambulâncias novas estão paradas, abandonadas - um desperdício de dinheiro público.

Um homem sofre convulsões e é resgatado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atende 112 milhões de brasileiros. Em um acidente de trânsito, uma mulher precisa de socorro, e também é o Samu que entra em ação. “Mesmo o rico, o pobre, toda pessoa pode sofrer um acidente, e o primeiro atendimento é o Samu”, afirma o procurador da República Alan Mansur Silva.

Mas, no Brasil inteiro, o péssimo estado de muitas ambulâncias prejudica o socorro. Uma delas só tem um limpador de para-brisa. em outra, o óleo está vazando, e a tampa do reservatório de água é uma luva cirúrgica improvisada. Quando chove, pinga dentro da ambulância, inclusive na cabeça do paciente.

Para registrar flagrantes, as equipes percorreram sete estados. Em quatro semanas, rodamos mais de três mil quilômetros. Dezenas de denúncias foram recebidas e investigadas. Em áreas remotas, constatamos: o pior problema é a falta de ambulâncias, como na Amazônia paraense, onde acompanhamos em tempo real o drama de um menino. “Nossa 192 foi embora e até agora não voltou mais”, conta a mãe do menino, Cira Rodrigues.

Em outros estados, como Paraíba, São Paulo, Minas Gerais e Paraná, ambulâncias novas existem aos montes, mas estão paradas. Nunca transportaram um paciente sequer. São mais de 1,2 mil em todo país. Para não chamar a atenção, algumas foram escondidas.

Sábado à noite em Aracaju, a capital de Sergipe, o estepe de uma ambulância está amarrado com ataduras. E esse não é o único problema do veículo. A ambulância não tem macaco nem chave de roda. “Se a viatura parar, onde parar fica”, comenta o condutor.

Segundo a Secretaria de Saúde de Sergipe, o estado tem 50 veículos do Samu. Em Estância, 64 mil habitantes, a 70 quilômetros da capital, uma fita adesiva ajuda a prender o volante. O velocímetro sofreu uma pane elétrica. Como o freio de mão também está com problema, uma pedra serve de calço.

Há dois meses, Maria José Santos, de 41 anos, precisou do Samu de Estância. Como a ambulância estava quebrada, veio uma de Boquim, a 30 quilômetros do local. Os atendentes decidiram levar a doente para Aracaju, onde fica o principal hospital do estado, mas no meio da viagem... “A ambulância quebrou, o cabo do acelerador, no meio da BR. Ficou mais ou menos meia hora para outra vir”, contou Izilaine Souza Santos, filha de Dona Maria. Maria morreu antes de dar entrada no hospital, três horas depois do pedido de socorro.

O Ministério da Saúde recomenda que o tempo entre a ligação para o 192 e a chegada ao hospital seja de 15 minutos. A Secretaria de Saúde de Sergipe disse que vai comprar, com dinheiro próprio, mais 30 ambulâncias em até 90 dias e reconheceu que houve demora no atendimento da Dona Maria.

“Esse tempo foi insuficiente para chegar no momento necessário para dar a sobrevida ao paciente”, admite o secretário de Saúde de Sergipe, Antônio Carlos Guimarães.

Ainda em Aracaju, a equipe de reportagem localizou seis ambulâncias do Samu sendo usadas irregularmente. Uma delas não tem placas, não tem documentação e, no Detran, nem existe. “Elas estão rodando com autorização especial, porque são ambulâncias recém-doadas pelo Ministério da Saúde”, alegou o secretario de Saúde de Aracaju, Silvio Santos.

“Nós não podemos admitir isso. Não existe autorização especial para rodar sem placa. Nós vamos auditar e encaminhar ao Ministério Público e aos órgãos policiais. Isso é uma ilegalidade no Brasil”, afirmou Helvécio Magalhaes Junior, secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.

O serviço 192 funciona assim: na chamada central de regulação do Samu, os primeiros a responder a uma ligação são técnicos. Geralmente, uma única central é responsável pelo atendimento em várias cidades. A coordenação é feita por médicos, que decidem se é preciso enviar socorro – isso quando existe ambulância.

Na base do Samu, que atende a região de Aracaju, um funcionário diz que chega a ficar sem fazer nada o dia inteiro. “Ficamos de prontidão, mas sem atividade nenhuma, descansando. Nossa ambulância já está há um bom tempo em manutenção”, revela.

“Diariamente, nós temos 14 ou 15 viaturas fora de circulação por problemas de manutenção, por problemas de quebra da viatura”, comenta Samanta Bicudo, presidente do sindicato do Samu em Sergipe.

É o Ministério da Saúde que compra as ambulâncias do Samu e ajuda a criar as centrais de regulação. Depois, para manter o serviço, os custos são divididos: metade para o governo federal e metade para estados e municípios. Só em 2010, o Ministério da Saúde repassou R$ 369 milhões.

Em Alagoas, uma família diz ter sido tratada com descaso pelo Samu de Maceió. Jardilaine Maria do Carmo, de 20 anos, estava grávida de nove meses. “Eu estava precisando, ninguém ajudou”, diz.

“Comecei a ligar para o Samu. O médico disse: ‘Eu não posso fazer nada. Você põe um carro e vai para a maternidade’. Eu disse: ‘Mas ela não pode ir para a maternidade. Ela está sentindo muita dor e o nenê já está nascendo’. Ele falou: ‘Não posso fazer nada’ e desligou o telefone”, conta a dona de casa Elaine Maria do Carmo, tia de Jardilaine.

Segundo a família, o bebê nasceu em casa e morreu 30 minutos depois. O laudo do Instituto Médico-Legal diz que o óbito aconteceu dentro do útero.

“Foram instaurados os procedimentos para averiguar a fundo se realmente houve alguma culpa do serviço e, lógico, tendo a culpa, tem que ser tomadas as medidas necessárias”, declarou o secretário de Saúde de Alagoas, Alexandre de Toledo.

Em geral, para as equipes do Samu, conseguir levar o paciente ao hospital significa missão cumprida. Mas nem sempre é assim. Veja o que acontece no Hospital Geral de Emergência de Maceió, um dos principais de Alagoas.

“O paciente é deixado no hospital. Como não tem leito, ele fica ocupando a maca da ambulância até que seja liberada”, diz um atendente. E se houver um chamado? “Deixa a população de ser atendida por um simples problema de maca”, acrescenta o atendente.

Dentro do hospital, os pacientes ficam nos corredores. Um rapaz foi trazido pelo Samu com fraturas expostas no pé e no braço. Só depois de uma hora, a maca da ambulância é liberada. “As ambulâncias chegam a ficar 12 horas paradas, aguardando maca”, continua o atendente.

A equipe esteve por dois dias no Hospital Geral de Maceió. No dia 17 de setembro, à 1h, cinco ambulâncias estavam paradas, porque as macas estão bloqueadas dentro do hospital. O secretário de Saúde de Alagoas, Alexandre de Toledo, não vê solução: “É um problema conjuntural. Essa questão hoje de urgência e emergência no país acarretando vários prejuízos à população”.

A equipe também esteve por dois dias em outro grande hospital público do Nordeste. O Hospital de Urgência de Sergipe, em Aracaju, também estava superlotado e usava as macas do Samu. Uma ambulância chegou por volta das 21h. Às 23h, e continuava parada. Isso porque o hospital não liberou a maca.

“Os hospitais do interior, todos, praticamente, entraram em construção ou em reforma no mesmo tempo e levou a um estrangulamento na nossa rede assistencial. A gente tem agora o prazo até o começo de 2012 para estar pronto”, afirmou o secretário de Saúde de Sergipe, Antônio Carlos Guimarães.

E em locais ainda mais pobres e de acesso difícil, como a Amazônia? Como será o atendimento? Para socorrer a população ribeirinha, existem as chamadas “ambulanchas”. Em uma marina de Belém, duas delas estão paradas aguardando conserto.

Na Ilha de Cotejuba, a oito quilômetros da capital paraense, os dez mil moradores estão sem “ambulanchas” há três meses. A situação se repete em outras 16 ilhas da região.

“Meu pai teve um AVC de madrugada”, contou o mercante Gilberto Brito. “Liguei umas quatro ou cinco vezes para o Samu. Só ficava tocando uma música e ninguém atendeu a gente”, reclama a comerciante Helen Rose Brito.

“Você leva, às vezes, duas ou três horas escutando aquela música e não é atendido”, afirma Carlos Costa, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Pará.

Só depois de cinco horas, quando o barco que faz a travessia de passageiros começou a funcionar, é que Jorge Mendes da Silva foi levado para Belém. No mesmo dia, ele sofreu outro acidente vascular cerebral. Depois de duas semanas internado, morreu, aos 74 anos. “A gente se sente abandonado. Não tem a quem recorrer”, lamenta a comerciante Helen Rose Brito.

Nossa equipe registrou, em tempo real, o drama de um menino, de 2 anos. Wellington tem febre alta e convulsões. “Tentou controlar com uma medicação oral. Não é competência minha fazer a medicação do paciente. Eu sou só um técnico em enfermagem. A temperatura da criança não cedeu. Voltou a subir novamente. Tinha que ter um médico [de plantão], mas não tem”, contou o técnico em enfermagem Raimundo Cota.

O menino precisa ser transferido para Belém. Por telefone, um policial militar avisa que uma equipe do Fantástico acompanha tudo. Em uma hora, aparece uma lancha dos bombeiros.

É uma ajuda improvisada, porque a lancha não era para transportar pacientes. “Com certeza”, concorda um bombeiro. Entre a chegada da família ao posto de saúde da ilha e a entrada no hospital de Belém, passaram-se quatro horas. Wellington já teve alta. O Ministério Público Federal quer que o serviços das “ambulanchas” seja regularizado imediatamente e os responsáveis, punidos.

“Pessoas vão ficar sem atendimento e podem correr risco de morte pela falta de atendimento emergencial”, alerta o procurador da República no Pará, Alan Rogério Mansur Silva.

O diretor geral do Samu de Belém, José Guataçara Gabriel, disse que na quarta-feira uma “ambulancha” que estava em reforma voltará a funcionar e avalia que o atendimento à população não foi prejudicado. “Não deixaram de serem atendidos nossos pacientes nas ilhas, porque nós temos uma parceira com o Corpo de Bombeiros”, declarou José Guatassara Gabriel.

A equipe cobrou também explicações também sobre a falta de atendentes na central de regulação. “Se for necessário, com certeza, nós vamos aumentar o numero de funcionários”, acrescentou o diretor geral do Samu de Belém.

Em alguns lugares, faltam ambulâncias. Em outros, elas circulam caindo aos pedaços. Mas esses não são os únicos problemas do atendimento de emergência. No ano passado e neste ano o Ministério da Saúde entregou 2.312 ambulâncias novas. Só que 1.215, mais da metade, estão paradas. Custaram mais de R$ 160 milhões e nunca salvaram uma vida. Se todas estivessem rodando, a frota nacional, que atualmente é de 1.788 ambulâncias, aumentaria quase 70%.

No Paraná, segundo o governo do estado, são 144 ambulâncias novas – e paradas. A Secretaria de Saúde disse que foram distribuídas sem a implantação da estrutura necessária e informou que, até o começo do ano que vem, a maioria estará circulando.

O Fantástico foi também à Paraíba, um dos estados que mais receberam ambulâncias do Samu ano passado: 160. Na cidade de Juripiranga, de dez mil habitantes, a equipe de reportagem pediu autorização para entrar em uma casam e a ambulância está escondida do outro lado do muro.

A equipe do Fantástico percorreu mais de 500 quilômetros à caça desses veículos novos. Na cidade de Sapé, a equipe tentou encontrar mais duas ambulâncias que estão paradas há mais de um ano. Ao passar por dentro do hospital da cidade, de 50 mil moradores, e encontrar os veículos no estacionamento, a equipe ligou para o 192.

Repórter: Eu estou aqui em Sapé. Aqui não tem Samu?
Atendente: Não.
Repórter: Então, se precisar, não tem Samu em Sapé?
Atendente: Hoje, se precisar hoje, não.

“Estamos fazendo nossa parte, que é a construção da base no nosso município, que estará pronta no próximo dia 15 de outubro”, garantiu o secretario de Saúde de Sapé, Garibaldi Pessoa.

Em Guarabira, de 55 mil habitantes, há três ambulâncias novas paradas, incluindo uma sofisticada UTI móvel. “Está faltando um processo de organização da central de regulação de João Pessoa, da prefeitura de João Pessoa”, apontou a secretária de Saúde de Guarabira, Alana Soares Brandão Barreto.

“Não se estrutura uma rede do dia pra a noite. Você leva um tempo, tanto para construção, para ter equipe”, se defende a secretária municipal de João Pessoa, Roseana Maria Barbosa Meira.

Repórter: Vocês não estão começando a casa pelo telhado desse jeito? Primeiro entrega a ambulância para depois ter estrutura? Não é estranho?
Cláudio Teixeira Régis, coordenador do Samu: É bastante estranho. Essa distribuição, que aconteceu ainda na gestão estadual anterior, foi feita dessa forma.

O atual secretário estadual de Saúde da Paraíba, Waldson Dias de Souza, também culpa o governo anterior: “Critérios políticos que definiram a quem o estado iria agraciar naquele momento”. Ele concorda que, se fosse uma escolha técnica, alguns municípios não receberiam ambulância: “Não receberiam, porque não têm condição nenhuma de compor uma região de saúde e nem serviços para poder regular estas ambulâncias”.

Segundo o secretário, das 160 ambulâncias novas, 90 ainda estão paradas. “A gente tem o objetivo central que é colocar em funcionamento todas as bases e redefinir o que for preciso dessas que não têm hoje o critério de ser uma base Samu”, continuou Waldson Dias de Souza.

Procuramos o ex-governador José Maranhão. Por ele, falaram dois ex-secretários, que afirmaram que a distribuição das ambulâncias não foi política. Em nota, disseram que a entrega seguiu os critérios do Ministério da Saúde.

Ambulâncias novas que não prestam atendimento existem também em Minas Gerais. Foram doadas 72 no ano passado. Nenhuma circula. Em nota, a Secretaria de Saúde informou que, para não atrasar a implantação de bases do Samu, resolveu solicitar as ambulâncias com antecedência, em 2010, e que 48 veículos devem rodar até o fim do ano.

Segundo o Ministério da Saúde, 281 veículos foram enviados em 2010 e neste ano para São Paulo. Ao todo, 242 estão parados, espalhados por quase todo o estado. No caso paulista, as ambulâncias são entregues diretamente às prefeituras.

Na capital, a equipe de reportagem encontrou mais um problema. Três ambulâncias de uma base, que atende inclusive a um trecho da Via Dutra, entre São Paulo e Rio, não podem circular, porque estão sem licenciamento desde 2009. A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo disse que o processo de regularização está em fase final.

O Ministério da Saúde informou que, agora, os municípios têm 90 dias, a contar do recebimento da ambulância, para iniciar o atendimento. Com uma novidade: a fiscalização vai ser informatizada e em tempo real.

“Vamos ter o controle do funcionamento real de cada ambulância, de cada Samu municipal ou regional. Nós estamos aprimorando os controles para o bom uso do recurso público”, afirmou Helvécio Magalhaes Junior, secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.

Ambulâncias paradas podem ser remanejadas para outras cidades. “Nós determinamos um ofício aos municípios e estados cobrando uma solução. Nós não podemos permitir que ambulâncias fiquem paradas e as pessoas precisando”, acrescentou Helvécio Magalhaes Junior, do Ministério da Saúde.

Durante a reportagem, não encontramos problemas só em ambulâncias do Samu. Mesmo veículos mais simples, de manutenção barata, rodam em péssimas condições. Uma ambulância da Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa (PB) está amassada, enferrujada, com para-brisa quebrado e sem licenciamento há três anos. Depois de procurada pela equipe, a secretaria decidiu tirar o veículo de circulação.

No interior de São Paulo, uma ambulância da Secretaria Municipal de Saúde de Guaimbê se envolveu em um caso grave. Quando voltava de uma consulta, em maio passado, o aposentado Miguel Serafim caiu do veículo em movimento e ninguém percebeu.

“Abriram as duas portas laterais, desceu o carrinho da maca no asfalto, e eu desci junto. Aí eu fiquei”, conta. “Só quando chegou na porta de casa que o motorista foi abrir a porta, não tinha mais ninguém dentro”, relatou Isabela Serafim, filha do aposentado.

Com traumatismo craniano, Seu Miguel foi encontrado por funcionários da concessionária da estrada. A polícia e a prefeitura apuram se foi a porta estava destravada ou com defeito.

Quem depende do serviço público de ambulâncias faz um apelo. “É gente que está morrendo, é gente que está adoecendo. Eu pediria pelo amor de Deus que eles olhassem só um pouquinho para a gente”, diz a comerciante Helen Rose Brito.
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Re: Sistema Público de Saúde e Planos de Saúde Particulares

Mensagem por E.R » 28 Set 2011, 08:46

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Re: Sistema Público de Saúde e Planos de Saúde Particulares

Mensagem por E.R » 13 Nov 2011, 07:52

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Re: Sistema Público de Saúde e Planos de Saúde Particulares

Mensagem por Antonio Felipe » 13 Jan 2012, 10:10

FOLHA

A maioria da população é contra a criação de novos impostos para melhorar a saúde no Brasil. Segundo pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgada nesta quinta-feira (12), 96% dos entrevistados não querem um novo imposto para a área, apesar de 95% afirmarem acreditar que o setor precisa de investimentos.

As informações são da pesquisa "Retratos da Sociedade Brasileira: Saúde Pública" e mostram ainda que 61% dos entrevistados reprovam o sistema público de saúde brasileiro.

Para 82% dos entrevistados, o governo deve acabar com a corrupção para obter mais recursos para a área. Outra solução, defendida por 53% das pessoas, é a redução de desperdícios. Somente 18% da população diz acreditar que seja necessário transferir recursos de outras áreas para o setor.

De acordo com o estudo, o principal problema do sistema de saúde é a demora no atendimento, apontado por 55% dos entrevistados. Em seguida, está a falta de equipamentos e de unidades de saúde, indicado por 10% das pessoas; e a falta de médicos, indicado por 9% da população.

Segundo a pesquisa, esses problemas estão ligados, pois a demora no atendimento em hospitais e postos de saúde se deve, principalmente, à falta de equipamentos e de médicos. "Para a população, no entanto, é o resultado final --a demora para ser atendido-- que aparece como o principal problema", explica o estudo.

Para melhorar a situação, 57% dos entrevistados dizem que é preciso aumentar o número de médicos. Outros 54% afirmam que o governo deve equipar melhor os hospitais públicos e os postos de saúde. A terceira ação, assinalada por 30% dos pesquisados, é o aumento de salário para os médicos.

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A população diz acreditar ainda que a saúde não apresentou melhora nos últimos três anos, segundo 85%. Para 43% dos entrevistados, houve piora na saúde pública no período.

O estudo da CNI aponta também que, nos últimos 12 meses, dos entrevistados que fizeram algum tratamento de saúde, 79% usaram a rede pública. O serviço público recebeu de seus usuários nota média de 5,7, em uma escala de 0 a 10. Conforme a pesquisa, quanto maior a nota, melhor o serviço.

Na outra ponta, os hospitais particulares receberam nota média de 8,1 de seus usuários.

Os hospitais públicos são os principais fornecedores de serviços de saúde para 68% da população, enquanto a rede privada é usada de forma exclusiva por apenas 10% dos brasileiros.

Segundo o levantamento, a procura por hospitais e clínicas particulares está diretamente relacionada à propriedade de um plano de saúde. Entre os entrevistados que usam somente o serviço privado, 91% têm plano de saúde. Entre os que utilizam apenas a rede pública de saúde, só 1% têm plano de saúde.

O estudo revela ainda que 95% dos entrevistados concordam com a oferta gratuita de serviços de saúde. Mesmo assim, 68% consideram injusto todos pagarem pelo sistema independentemente do uso da rede pública de saúde.

A pesquisa foi feita pela CNI em parceria com o Ibope. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 141 municípios, entre os dias 16 e 20 de setembro de 2011.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, e o grau de confiança é de 95%.
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• Apoio na realização da etapa brasileira de América Celebra a Chespirito, em 2012
• Produção de entrevistas com Roberto Gómez Fernández, Ana de la Macorra e Ricardo de Pascual
• Entrevistei Rubén Aguirre, Edgar Vivar, Maria Antonieta de las Nieves e Carlos Villagrán
• Viabilizei a entrega da camiseta do Fórum Chaves para Chespirito
• Cobertura jornalística e de redes sociais de praticamente todos os grandes eventos e notícias CH desde 2010
• Um dos idealizadores do "Sigam-me os Bons", campanha social do Fórum e Fã-Clube
• Um dos idealizadores do Bloco Sigam-me os Bons, primeiro bloco temático CH de carnaval em São Paulo
• Apoio e participação nas turnês do Senhor Barriga, Kiko e Paty no Brasil
• Desmentido de todos os boatos envolvendo CH nos últimos anos
• Autor do furo sobre o Chaves no Multishow
• Coordenei o Projeto CH Legendado, que tornou acessível em português os inéditos de Chaves e Chapolin
• Prestei consultoria para a realização de "Chaves - Um Tributo Musical"

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Re: Sistema Público de Saúde e Planos de Saúde Particulares

Mensagem por Scopel » 13 Jan 2012, 13:02

Se não me engano, esse é o orçamento de 2010.

Imagem

Saúde: 3,91%.

Bia N
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Re: Sistema Público de Saúde e Planos de Saúde Particulares

Mensagem por Bia N » 13 Jan 2012, 14:42

Querem saber...

O governo só liga para esportes, cultura e alguma outra coisa.

Saúde, educação, transporte, turismo, segurança, trânsito e outras coisas mais, nem ligam. :lingua:
Ela não desapareceu, apenas se escondeu.


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Re: Sistema Público de Saúde e Planos de Saúde Particulares

Mensagem por Barbano » 13 Jan 2012, 14:46

Pois se engana... Só olhar a pizza postada pelo Scopel, e comparar o quanto se investe em Saúde e Educação, e o quanto se investe em Lazer, Esportes e Cultura.

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Re: Sistema Público de Saúde e Planos de Saúde Particulares

Mensagem por Scopel » 13 Jan 2012, 16:20

O pessoal do Direito aí confirmem qual o mínimo estipulado pela Constituição para investimentos em Saúde e Educação.

Lembrando que com o Real veio uma coisa que hoje se chama DRU, que até aumentou há pouco tempo. A Desvinculação das Receitas da União autoriza o governo a usar os valores que tem destino certo para qualquer outra coisa [ultimamente, para pagamentos desses 50% do PIB aí em encargos da dívida. Aliás, foi criado para isso]. Mudou de nome várias vezes desde que foi criada.

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