Scopel escreveu:"Não entendo como querem explicar o desconhecido com algo mais desconhecido ainda. Por que não poupar um passo se logo em seguida nos questionaremos 'e quem criou o criador?'?" (Dawkins)
Raciocínio básico.
Mas se não procurássemos uma resposta para a criação do Universo, o que poderia se responder quando nos perguntassem o que nos criou? Novamente, o mesmo dilema: a Religião pode não saber o que criou o criador. Porém, a Ciência também não pode responder o que criou o que originou os "ingredientes" que explodiram e originaram o Universo. Ou seja: quanto mais a Religião e a Ciência tentam tocar na ferida, ainda mais elas afundam. Alias, taí uma semelhança entre as duas.
E esse Dawkins me parece interessante. Vou procurar o livro que citaram agora há pouco. Aliás, gostaria muito de voltar no tempo e ter a chance de bater um papo com esse cara!
Renata escreveu:Chavo, imagino que saiba o que é evolução, seleção natural, mutação, adaptação, especiação.
Partindo desses conceitos, sabemos como tudo está tão perfeito hoje. Mas óbvio que nem sempre foi assim e os fósseis de animais extintos são provas concretas disso.
E o corpo humano nem é tão perfeito, como prova tem-se o apêndice, que não tem qualquer serventia a não ser inflamar e causar apendicite.
O apêndice é uma marca evolutiva. Um resquício.
Eu acredito nas pesquisas biológicas e na evolução. Aliás, creio muito no Evolucionismo do que no Criacionismo (exatamente: não creio em tudo o que diz na Bíblia não
). E eu quis dizer que o funcionamento do nosso corpo é perfeito. Por exemplo, quando algo não vai bem, essa máquina já te avisa na hora, seja com dor ou com qualquer outro sintoma.
Mas o que deu origem à isso tudo? É isso que eu questiono, minha querida Renata.
Ao meu ver, existem coisas perfeitas demais pra terem surgido de uma grande explosão.
Arnold escreveu:
Esse é o conhecido argumento da "analogia do relojoeiro" do Reverendo Paley, uma versão "moderna" do
design inteligente. Sinteticamente: "Uma máquina bela e harmônica como um relógio necessariamente deve vir de um relojoeiro". A frase que a Renata postou é bem elucidativa a respeito. É tão difícil admirar uma paisagem e não imaginar que ela veio de algo superior?
A meu ver, a chave desse debate está na conveniência de se crer que há algo superior ("divino e maravilho") e na -- aparente -- dureza de se encarar a vida terrestre como o único plano existente.
Muito bem, este é o caminho. Avance uma casa na lista de deuses e seja feliz.
Mas aí já adentramos no raciocínio pessoal, de cada um. Vários pensadores, como Dawkins, têm suas teorias e suas lógicas, mas como típico humano, eu também penso, questiono. Para mim, também não faz sentido "observar o belo jardim de flores" (= o Universo) como se ele tivesse saído do nada, duma massa que explodiu sem mais, nem menos. E como essa minha maneira de pensar não me trás retrocesso nenhum e não me prejudica em nada. Então, estou bem do jeito que estou, entende?
E não preciso de Mitologia ou outras crenças, hehe. Gosto de ler sobre isso apenas como curiosidade, como diversão. Como eu disse, estou muito bem do jeito que estou.