Teatro

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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 14 Jan 2014, 16:49

http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia ... luido.html

As obras de construção do Teatro Estadual de Rondônia, que deveriam ser entregues na sexta-feira (10), de acordo com o Departamento de Obras e Serviços Públicos (Deosp), ainda não foram concluídas. Falta a pintura do hall de entrada e outros acabamentos como urbanização, paisagismo e plantio de grama. A construção já dura mais de 15 anos.

O Deosp havia informado que a Superintendência de Esporte Cultura e Lazer do estado ficaria responsável pela mobília e iluminação -- serviços que deveriam ter sido executados na há uma semana.

Oficialmente, o novo atraso na entrega da obra deve-se a falta de pessoal, segundo o departamento de Obras.

Pouco mais da metade dos trabalhadores dispensados para as festas de fim de ano voltou ao canteiro de obras no dia seis deste mês, quando foi retomada.

O diretor do Deosp, Lúcio Mosquini, informou através da assessoria que pretende, ainda nesta terça-feira (14), obter, junto aos engenheiros, informações sobre o novo prazo para a conclusão da obra. O teatro pequeno, para espetáculos menores, ensaios e outras atividades culturais está pronto. Há dezesseis anos a classe artística rondoniense aguarda pelo momento de utilizar o teatro estadual.
É assim que a cultura é tratada nesse país, até com a entrada da Marta no Ministério da Cultura melhorou um pouquinho, mas a cultura continua precisando de muito incentivo.
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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 04 Fev 2014, 03:50

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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 28 Abr 2014, 02:48

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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 07 Jul 2014, 10:40

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustr ... esas.shtml

A desistência de pequenas empresas está retardando a implementação do Vale-Cultura, programa federal que visa incentivar o consumo de produtos e serviços culturais entre trabalhadores.

Das 4.855 empresas cadastradas no Ministério da Cultura para oferecer o benefício a seus funcionários - mais de metade de pequeno porte - apenas 268 (5,5% do total) fecharam acordo com as operadoras para emitir os cartões.

O cartão, com R$ 50,00 mensais, é semelhante a um vale-refeição e pode ser usado na compra de ingressos de shows, teatro, cinema etc.

"Nos inscrevemos no programa, mas acabamos não implementando o benefício. Não existe incentivo fiscal e, no momento, não podemos aumentar os custos", diz Fábio Donatelli, 42, gerente da clínica de estética Lakes Aesthetic, em Londrina (PR).

"O motivo principal é o custo para a empresa. Em um ano em que a economia deu uma soluçada, as empresas não vão assumir novas despesas, por mais que possa ser um benefício interessante", diz André Sturm, do Sindicato da Indústria Audiovisual.

O programa não prevê incentivo fiscal às microempresas que aderem ao benefício : os R$ 50,00 dados aos empregados só não são tributados.

Já empresas tributadas pelo lucro real (receita bruta total superior a R$ 78 milhões) receberão incentivo de até 1% sobre o imposto devido.

"Fiz o cadastro, mas depois das contas percebi que não seria benéfico financeiramente. Aí desistimos", diz Lucas de Lima, do departamento financeiro da Diagonal Esquadrias de Alumínio, em Ribeirão Preto (SP).

Em março, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, chegou a prever que o Vale-Cultura geraria R$ 516 milhões em consumo de bens e serviços culturais neste ano, mas, até junho, só movimentou R$ 13 milhões.

A estimativa divulgada em março levava em conta a emissão de 860 mil cartões neste ano. Até agora, foram emitidos 215 mil.

Para chegar aos R$ 516 milhões anunciados pela ministra, o valor do benefício (R$ 50) foi multiplicado por 12 meses e, então, pelo número previsto de beneficiados.

O ministério afirma que a implementação do programa é um processo e que, por isso, não trabalha com metas.

Para o consultor cultural João Leiva, a cultura ainda não é considerada um bem essencial no país, o que torna mais lento o processo de penetração do benefício.

"Mesmo que o ritmo seja menor que o esperado, o importante é o quanto isso está gerando a mais em gastos com cultura, que não existiam antes", pondera Leandro Knopfholz, diretor do Festival de Teatro de Curitiba.

André Sturm lembra que o programa pode ajudar a financiar a produção cultural.

"O recurso da cultura vai tradicionalmente para a produção. Isso acaba gerando dificuldade de acesso por parte da população. Quando você investe na ponta do consumo, cria uma nova maneira de remunerar a produção."
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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 08 Fev 2015, 04:55

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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 15 Fev 2015, 15:34

Estreia dia 11 de março de 2015 no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro, a peça "Quem matou Lauro Fausto ?", com o ator e dublador atual do Nhonho e do Seu Barriga, Gustavo Berriel :

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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 17 Fev 2015, 03:48

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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 12 Mar 2015, 18:41

Legal a peça nova do Gustavo Berriel. :joinha:

Tinha alguns dubladores na plateia, entre eles o Carlos Seidl.

Valette também foi assistir.
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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 10 Abr 2015, 12:36

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/ ... eiro.shtml

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A crítica de teatro Barbara Heliodora morreu aos 91 anos, no Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira (10).

A informação foi confirmada pelo hospital Samaritano, onde ela estava hospitalizada desde 21 de março.

A causa da morte ainda não foi divulgada.
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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 01 Mai 2015, 21:41

http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-ja ... naria.html

Fundada há 107 anos e em funcionamento na construção onde Barão do Rio Branco nasceu em 1845 — prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) — a Escola Técnica de Teatro Martins Pena está ameaçada de em breve paralisar suas atividades por falta de recursos e de professores.

Os alunos reclamam que o repasse de apenas R$ 1.800 da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), vinculada a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, não é feito desde outubro do ano passado. Professores terceirizados — que são a maioria na instituição — estão sendo dispensados com os fins dos contratos.

No próximo dia 28 de maio, novos contratos de docentes chegam ao fim, ameaçando a continuidade das aulas na escola.

Os alunos realizaram um ato artístico dentro da instituição, para cobrar uma auditoria pública para tratar dos problemas da escola e pressionar o estado para que seja realizado um concurso público para contratar novos funcionários. Representantes da Comissão da Educação da Alerj confirmaram presença na manifestação. O presidente da Faetec, Wagner Victer, foi convidado, mas confirmou presença.

Na última terça-feira, os alunos da Escola de Teatro Martins Pena se reuniram na frente da Alerj para protestar e debater sobre os problemas que a instituição atravessa. De acordo com Felipe Bustamante, presidente do Grêmio Estudantil Renato Viana, a situação de abandono é antiga, mas piorou quando começaram a sair os funcionários contratados, entre eles professores. A disciplina de interpretação, a principal matéria do curso de formação de ator e presente ao longo de toda a grade curricular, perdeu profissionais e os que ainda continuam se desdobram para que os alunos não fiquem sem a aula.

"São cinco semestres, e todos têm aulas de interpretação. Se não tiver ela, não tem curso. Alguns professores, mesmo com as condições, estão dobrando para manter as aulas desta disciplina", disse, revelando também que outras cadeiras são afetadas pela falta de docentes.

"O STF (Supremo Tribunal Federal) considerou inconstitucional o preenchimento das vagas por contratados e deu o prazo de um ano para realizar este concurso, e isso foi anunciado em maio do ano passado. A gente ficou na expectativa do concurso e continuamos a ter aulas. Alguns contratos terminaram e eles saíram, sem as vagas serem preenchidas.", disse Felipe.

O sucateamento é evidente em diversos pontos da Martins Pena, com equipamentos muito antigos, além de instalações e estruturas precárias.

"O material de iluminação é da década de 70, as mesas de sons são muito antigas, tudo analógico", revelou o estudante. Imagens enviadas pela aluna Rebecca Leão, que também é integrante do Grêmio Estudantil da escola, mostram o completo abandono que ela atravessa.

Procurada, a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) disse que o setor técnico fez uma visita à unidade na última terça-feira e que os problemas foram identificados. Segundo a Faetec, o acesso à internet e telefone foram foram restabelecidos no mesmo dia.

Questionada sobre o repasse que não vem sendo feito desde outubro do ano passado, a fundação informou que o valor da verba descentralizada (SIDES), referente aos meses de janeiro e fevereiro de 2015 (R$ 2.066,57), foi programado, aprovado e repassado, mas não precisou a data que o dinheiro estará disponível. Ainda segundo a Faetec, no último dia 28, outros R$ 4 mil para despesas emergenciais, oriundos do fundo de escolas, foi disponibilizado.

Quanto a não realização do concurso para contratar novos servidores para a escola, a fundação não se pronunciou.
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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 16 Out 2015, 23:14

http://www.istoe.com.br/assuntos/entrev ... VOTO+MAIS+

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Entrevista com o ator Antonio Fagundes :

ISTOÉ - A atual crise econômica que o Brasil atravessa atrapalha o teatro ?

ANTONIO FAGUNDES - Muito. Mas tudo atrapalha o teatro. O que mais prejudica é o entorno : o trânsito, o clima, a violência, a falta de estacionamento. Você nem chega ao teatro e já tem um milhão de problemas para enfrentar. A crise econômica é mais um fator.

ISTOÉ - Como o sr. vê a forma como o Brasil está sendo governado?

ANTONIO FAGUNDES - Vou começar falando da minha área, que é a cultura. Um país com um Ministério da Cultura que tem esta dotação orçamentária não está se levando a sério. Mas isso não é culpa de um governo específico, as coisas vêm acontecendo assim há muitas décadas. E para mudar tem que mudar mesmo. Não adianta fazer uma reforminha, tirar um político e botar outro. A gente vai ter mais um desilusão se isso acontecer.

ISTOÉ - O sr.votou na presidente Dilma Roussef nas últimas eleições?

ANTONIO FAGUNDES - Por sorte eu estava em Portugal, então não tive que votar. Eu não votaria na Dilma, mas nós também não temos uma oposição. E eu odeio imaginar que vou anular ou votar em branco. O voto é uma possibilidade que temos na mão para participarmos, para mudarmos esta porcaria. Votar em branco ou anular é jogar fora essa oportunidade. Eu teria um grande problema se tivesse que votar, como terei na próxima eleição.

ISTOÉ - Em quem o sr. votaria?

ANTONIO FAGUNDES - Pois é, esse seria o meu problema. Na Marina Silva com certeza não. Ela é uma pessoa que some. Sumiu agora e só vai aparecer na próxima eleição. Eu gostaria muito de ver o Aécio Neves com uma proposta de governo. Estão falando muito de impeachment, mas qual é a alternativa?

ISTOÉ - O senhor é a favor do impedimento da presidente?

ANTONIO FAGUNDES - Não, a gente poderia banalizar a eleição e isso é perigoso. O impeachment é uma figura legal bastante interessante e deve ser preservada, mas não pode ser utilizada a torto e a direito.

ISTOÉ - Em quem o sr. votou em 2010?

ANTONIO FAGUNDES - Eu votei na Dilma.

ISTOÉ - O sr. pretende votar no PT em 2018?

ANTONIO FAGUNDES - No PT eu não voto mais. Todo mundo que votava no partido e brigava por ele fazia isso por uma integridade que estamos vendo que não existe. Era o meu caso. Eu mudei bastante quando deixei de ver essa ética pela qual lutei e acreditei.

ISTOÉ - O Brasil tem hoje uma política cultural?

ANTONIO FAGUNDES - Não, nunca teve. É muito difícil você fazer uma política cultural sem dinheiro. Não adianta nada você construir museu se você não tem acervo. O Rio de Janeiro, por exemplo, tem um monte de museus que não têm acervo em nenhum. Alguns deles estão caindo aos pedaços porque não têm verba para manter o patrimônio.

ISTOÉ - Como o sr. avalia a Lei Rouanet?

ANTONIO FAGUNDES - A Lei Rouanet é outro exemplo de ausência de política cultural. O governo te entrega na mão do mercado. Hoje em dia, quem determina a política cultural do Brasil são os gerentes de marketing.

ISTOÉ - E esses profissionais de marketing entendem de teatro?

ANTONIO FAGUNDES - Eles não entendem p... nenhuma de teatro. Você vê o seu produto, que é um produto cultural, servindo como brinde de empresa. Eles dizem assim: “É para rir? Se não for pra rir eu não quero”. Então, se não for para dar risada você não tem a verba. É uma censura.

ISTOÉ - Mais perversa do que a praticada no início da carreira do sr., há 50 anos?

ANTONIO FAGUNDES - Eu acho mais perversa do que a censura do passado. Na época da ditadura militar, você era capaz de fazer o seu espetáculo passar se fosse esperto e falasse nas entrelinhas. Eu mesmo fiz um monte de espetáculos assim. Naquela época você ainda era capaz de se dirigir ao público. Mas sem dinheiro você não consegue nem isso.

ISTOÉ - A lei da meia-entrada acaba de ser regulamentada. O sr. é contra?

ANTONIO FAGUNDES - A meia-entrada virou uma farra. Em Paulínia (município no interior de São Paulo), por exemplo, morador da cidade paga meia-entrada. Mas se eu me dirigi para Paulínia fui para mostrar para o morador de Paulínia! Estou reduzindo minha receita em 50% de cara. Não sou contra a meia-entrada, sou contra alguém gerenciando ela por mim. Sou a favor quando eu mesmo quiser atingir determinado público. Talvez, se pudesse dirigir a meia para um pessoal da periferia que não tem condições de vir seria melhor do que dirigir para aquele cara que paga no estacionamento a diferença.

ISTOÉ - O seu espetáculo se mantém só com bilheteria. Isso seria possível caso o sr. não fosse o Antônio Fagundes?

ANTONIO FAGUNDES - O nome ajuda, você tem mais facilidade na hora de lançar. Mas quando o nome é famoso e o espetáculo é ruim isso acaba se espalhando mais rápido. De qualquer maneira, acho que é possível e prefiro a possibilidade de me dirigir direto ao público. Inclusive esse é outro problema do patrocínio: a partir do momento que você tem um espetáculo pago por uma empresa, há tendência natural de se afastar do público. Você não precisa mais dele.

ISTOÉ - O que mudou entre o seu primeiro trabalho, que está completando 50 anos, e o mais recente?

ANTONIO FAGUNDES - Eu comecei com 16 para 17 anos e, nesse tempo, as pessoas mudaram. Antigamente, havia um público jovem muito atuante no teatro. Atualmente você fala com pessoas mais velhas e naturalmente muda a sua relação com a plateia, o seu repertório. Antes havia um conhecimento maior do que era o seu público e quais eram as possibilidades até de chocá-los. Hoje em dia você não sabe mais.

ISTOÉ - O sr. consegue chocar no espetáculo em cartaz?

ANTONIO FAGUNDES - A peça fala sobre como, na era da informação, nós nunca fomos tão surdos em relação uns aos outros. A partir de um personagem com deficiência auditiva, falamos dessa surdez do mundo de uma forma muito divertida. Chamamos de comédia perversa porque o público ri muito, mas fica com aquela sensação de “meu Deus, estou rindo disso”. E temos um diferencial: um bate-papo com a plateia depois da peça.

ISTOÉ - Depois de tanto tempo e sucesso, existe o receio de começar a representar apenas a si mesmo?

ANTONIO FAGUNDES - Sim, acho que corremos esse risco. E não precisa ser famoso, é só colocar a personalidade à frente do personagem. Tem um monte de gente famosa que você olha e diz “é fulano”, não importa o personagem que ele faz. O Marlon Brando é um desses. Se você vê cinco filmes dele, não quer ver mais nenhum porque pensa: “já entendi”. Mas como demorava três anos para vermos outro filme dele, ficávamos com saudade, esquecíamos.

ISTOÉ - Essa lógica vale para os meios mais populares, como a Rede Globo?

ANTONIO FAGUNDES - Principalmente para a Globo. Imagine o Marlon Brando fazendo 200 capítulos, cinco novelas em sequência. Um dia a gente vai perceber que os atores que fizeram televisão são altamente especializados. Para sobreviver a essa avalanche de exposição, o cara precisa criar algo diferente sempre.

ISTOÉ - O sr. mistura bastante TV, teatro e cinema.

ANTONIO FAGUNDES - O teatro resume todas as dificuldades porque é nele que você erra. Na televisão você escorrega, volta, faz de novo e ainda aproveitam o seu erro no Vídeo Show. Mas eu já fiz mais de 50 filmes e 40 novelas. Então eu gosto muito de todos os veículos, principalmente se fizer tudo junto.

ISTOÉ - O sr. diz que gosta de fazer o espectador sair da cadeira do teatro e pensar no que viu no mínimo até o estacionamento. Dá para perceber quando alcançou o objetivo?

ANTONIO FAGUNDES - Sim, você consegue ver nos rostinhos deles. Na plateia tem quem odiou, quem dormiu, quem não entendeu. Mas alguns serão marcados não até o estacionamento, mas pelo resto da vida. Recentemente fui a um espetáculo chamado “Morte Acidental de um Anarquista”, que eu fiz na década de 1980. Um dos atores contou que a primeira peça que ele viu na vida foi essa, comigo no elenco. Falou que o fato de ele estar ali se devia a esse espetáculo. A gente consegue isso às vezes. Bastante, até.

ISTOÉ - Entre sucesso de público e de crítica, qual é preferível?

ANTONIO FAGUNDES - Eu prefiro os dois, claro. O que me aflige um pouco é o seguinte: se por um lado o público tem pouco conhecimento e gosta de coisas que a gente não considera tão importantes, por outro o crítico fala bem de coisas que nem o irmão dele vai gostar. Essa crítica não serve de nada, porque ela tem que se relacionar com o público que a gente tem. Ao mesmo tempo queria entender por que o público gosta de certas coisas, porque eu gostaria de fazer aquilo também, só que um pouquinho melhor.
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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 17 Dez 2015, 04:44

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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 29 Dez 2015, 05:44

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Re: TEATRO

Mensagem por Hyuri Augusto » 30 Dez 2015, 16:18

Queria ter ido no Rio ver Book of Mormon. Disseram que a montagem dos alunos da Unirio ficou excelente. :(
"Fortes são aqueles que transformam em luz o que é escuridão"

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Re: TEATRO

Mensagem por E.R » 21 Jan 2016, 03:23

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