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A cervejaria holandesa Heineken deu um salto ao comprar, por R$ 2,2 bilhões, a Brasil Kirin. Pareceu um bom negócio: a empresa japonesa havia pago o triplo do preço, cinco anos antes, pelas 12 fábricas da antiga Schincariol e por marcas como Schin, Eisenbahn e Baden Baden.
No entanto, a aquisição, que fez a Heineken chegar a quase 20% de mercado, trouxe também dores de cabeça relacionadas à distribuição. Ao herdar a rede da Kirin, a companhia decidiu pôr ao fim seu relacionamento de longo prazo com os distribuidores da Coca-Cola.
O resultado é uma briga que se arrasta nos tribunais e que, em 2018, será alvo de um processo de arbitragem.
O contrato entre Heineken e o Sistema Coca-Cola – representado legalmente pela Associação Brasileira dos Fabricantes da Coca-Cola (ABFCC), que reúne 13 empresas – vai até 2022, mas o entendimento da cervejaria é de que é possível antecipar a rescisão.
Amparado pelo que está no papel, o Sistema Coca-Cola entrou na Justiça e conseguiu, em agosto, uma liminar que mantém em suas mãos a distribuição das marcas da Heineken – o portfólio inclui ainda Kaiser, Amstel, Bavaria, Xingu e Sol.
A decisão garantiu o cumprimento do contrato até que as duas partes resolvam a questão em arbitragem.
Chegar a um consenso está difícil. Primeiro porque os distribuidores da Coca-Cola não estão dispostos a ceder. O Estado apurou que a holandesa propôs ao Sistema Coca-Cola manter a distribuição de duas cervejas – Bavaria e Kaiser – até 2022.
A proposta não andou e, pelo menos até a formação do tribunal arbitral, a Heineken permanecerá com duas estruturas de distribuição : a herdada da Kirin, para as marcas que comprou recentemente, e a da Coca-Cola, para as que já detinha.