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Eike Batista não desiste.
Alçado a um dos maiores empresários do País nos anos 2000, com negócios que iam de óleo e gás à mineração e passavam pelo entretenimento, Eike Batista viu o seu império ruir há três anos.
Com a derrocada, as empresas mudaram de mãos e sua fortuna – que chegou a ser estimada em US$ 34 bilhões – derreteu.
Mesmo sem os bilhões e os holofotes,
a ambição de Eike Batista não diminuiu.
Com uma rotina pesada de trabalho, ele tenta tirar do papel diversos projetos.
Todos os dias, Eike Batista dá expediente em um prédio comercial na Praia do Flamengo.
Hoje, a equipe de Eike Batista se resume a 20 pessoas dedicadas a negócios minúsculos em comparação às ambições um dia associadas às empresas X.
Mas a nova realidade não desanima o empresário que queria ser o homem mais rico do Brasil. “Ele quer dar a volta por cima”, disse à reportagem uma pessoa próxima.
As novas apostas vão do
lançamento de um creme dental que promete regenerar o esmalte dos dentes a um projeto logístico no Chile. Para pôr os novos planos em pé, o empresário ganhou companhia constante : seu filho mais velho, Thor, de 25 anos.
Nessa nova fase, o projeto de Eike Batista que mais se aproxima de suas antigas empreitadas é um
corredor logístico que prevê o transporte de cargas da Argentina até o Chile, transpondo os Andes.
A Rex Inversiones, 100% controlada por ele, tem 200 mil hectares de área em Copiapó, região do Atacama.
O terreno foi adquirido quando o empresário ainda tinha uma empresa dedicada ao setor de energia – a MPX – e pretendia construir uma térmica a gás.
Agora, a ideia é
erguer um porto com capacidade para movimentar 15 milhões de toneladas de grãos e minério.
Embora o projeto seja embrionário, Eike Batista já o apresentou a investidores.
O projeto de infraestrutura é visto como o mais “pé no chão” entre as atuais apostas do empresário.
O portfólio inclui ainda dois negócios de produtos químicos : um deles, a hidroxiapatita, que é usado em cremes dentais para o mercado premium; outro, o
grafeno, que pode ser utilizado na produção de produtos plásticos e semicondutores.
O projeto do creme dental está mais avançado. Um consultor foi contratado por Eike Batista para conduzir testes na Alemanha e nos EUA.
Segundo esse profissional, que pediu para não ser identificado, a intenção é lançar o produto entre 2017 e 2018, caso ele se mostre eficaz. O produto já tem marca (Elysium) e preço (estimado em R$ 12 o tubo).
O comportamento do empresário mudou junto com o porte de seus negócios. Ressentido com toda a exposição negativa que teve com a quebra do grupo, está mais reservado e avesso a entrevistas.
Uma fonte conta que Eike Batista hoje tem poucos amigos. E até pessoas próximas admitem que uma “volta por cima” é improvável. “Falir aqui no Brasil é visto como fracasso. Vai ser difícil para ele recuperar a credibilidade.”