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Victor235
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Re: Mundo

Mensagem por Victor235 » 10 Jan 2019, 20:17

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Sob desconfiança internacional e caos econômico, Maduro toma posse nesta 5ª
Vai para o 2ª mandato como presidente.
Não será empossado pelo Parlamento.
Caberá ao Tribunal Supremo de Justiça.
https://www.poder360.com.br/internacion ... -nesta-5a/
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Re: Mundo

Mensagem por Victor235 » 11 Jan 2019, 23:10

Bolsonaro já influencia a agenda do presidente da Argentina
De olho na reeleição em agosto deste ano, Mauricio Macri pode fazer um movimento mais à direita, usando o presidente do Brasil como exemplo de uma campanha bem sucedida.
https://renovamidia.com.br/bolsonaro-ja ... argentina/
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Re: Mundo

Mensagem por E.R » 12 Jan 2019, 01:27

Trecho do discurso do Nicolás Maduro, presidente da Venezuela :

"A Venezuela é um país profundamente democrático. A direita venezuelana está contaminado toda a região da América Latina".

:estrelas:


Fonte : https://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2 ... zuela.html
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Re: Mundo

Mensagem por Victor235 » 13 Jan 2019, 21:45

The New York Times: Bolsonaro versus Maduro
As características pessoais e políticas desses dois líderes recém-empossados são uma receita para o desastre.
https://internacional.estadao.com.br/no ... 0002676452?
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Re: Mundo

Mensagem por E.R » 14 Jan 2019, 05:53

ANCELMO GOIS - O GLOBO

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Evo Morales, 59 anos, presidente da Bolívia, tenta se equilibrar entre o ideário esquerdista e os interesses econômicos da Bolívia, que o levou tanto à posse de Jair Bolsonaro, no Brasil.

Além disso, o governo da Bolívia acaba de ajudar na captura de Cesare Battisti.

O Brasil é o principal importador de recursos da Bolívia, principalmente de gás.

Só que o acordo de fornecimento do combustível, fundamental para a economia do país vizinho, após vinte anos, acaba em dezembro.
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Re: Mundo

Mensagem por Jezebel do Canto e Mello » 14 Jan 2019, 14:21

Morales não é bobo nem nada, ótima articulação trabalhar com os inimigos.
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Re: Mundo

Mensagem por Bgs » 14 Jan 2019, 17:49

É aquela coisa, né, político não tem ideologia.
#BgsDNV?
- criação do sub-fórum Espaço Kids: livre postagem de manifestações de apoio ao candidato Jair Bolsonaro
- criação do Fórum Privilegiado: fim das relações diplomáticas com o outro fórum a não ser que haja fusão
- revitalização do mini-chat: o mini-chat vai voltar pra home e todos os candidatos a moderação serão submetidos a uma sabatina ao vivo na plataforma
- fim do puxa saquismo: banimento do usuário Ramyen
- fim da dublagem Maga no Multishow: todos os episódios das séries Chaves e Chapolin serão imediatamente redublados (clipes inclusos)
- fim do privilégio na administração: votos de moderadores terão o mesmo peso que o de administradores em votações internas
- fim dos debates chatos: os debates para a moderação serão organizados por Fabio em uma gincana de #afazendaconectada
- fim da mamata (spoiler: ela vai acabar): moderadores que tiverem posturas autoritárias serão punidos da mesma forma com que se punem usuários comuns
- criação do mandato colaborativo: a moderação não pode ser de 1 usuário, dessa forma, propostas e ideias poderão ser apresentadas num tópico específico. As postagens que tiverem mais respostas ou curtidas serão levadas imediatamente a votação na Politura.
- legalização do flood: chega de critérios autoritários para definir o que é o que não é útil.

#BgsDNV, quem conhece confia! :campeao:
coligação pela renovação do FCH

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Re: Europa

Mensagem por E.R » 15 Jan 2019, 17:35

. Por 432 votos a 202 votos , Theresa May é derrotada e Parlamento do Reino Unido rejeita acordo para o Brexit- https://www.infomoney.com.br/mercados/n ... a-o-brexit
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Re: América Latina

Mensagem por E.R » 16 Jan 2019, 16:55

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019 ... cias.ghtml

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, afirmou nesta quarta-feira (16) que a comunidade internacional já percebeu que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro é um ditador que quer se perpetuar no poder com eleições fictícias.
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Re: Europa

Mensagem por E.R » 17 Jan 2019, 23:28

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Re: América Latina

Mensagem por E.R » 23 Jan 2019, 18:59

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/201 ... uela.shtml

O governo brasileiro reconheceu nesta quarta-feira (23) o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como o novo presidente interino da Venezuela.

Os Estados Unidos e outros nove países também tomaram medida semelhante.

A decisão aconteceu pouco depois do próprio Juan Guaidó se autoproclamar presidente durante uma manifestação que reuniu milhares de pessoas em Caracas para protestar contra o ditador Nicolás Maduro.

"O Brasil decidiu reconhecer Juan Guaidó presidente da Venezuela e dará todo o apoio à transição democrática", declarou o presidente Jair Bolsonaro em Davos, na Suíça, onde está para participar do Fórum Econômico Mundial.

“O Brasil apoiará politica e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz voltem à Venezuela”, completou ele nas redes sociais.

O brasileiro estava ao lado do presidente da Colômbia, Iván Duque, da vice-presidente do Peru, Mercedes Aráoz, e da chanceler do Canadá, Chrystia Freeland.

Antes do anúncio, Bolsonaro e Duque passaram cerca de uma hora e meia reunidos com os presidentes do Equador, Lenín Moreno, e da Costa Rica, Carlos Alvarado Quesada.

No total, 11 países reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela, sendo que os Estados Unidos foram os primeiros. Depois, seis países tomaram a atitude conjuntamente : Brasil, Canadá, Peru, Equador, Colômbia e Costa Rica.

Posteriormente, os presidentes do Chile, Sebastián Piñera, da Argentina, Mauricio Macri, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, também reconheceram o deputado como novo mandatário, seguidos pela Guatemala.

Em comunicado, o presidente americano Donald Trump afirmou ainda que usará "todo o peso do poder econômico e diplomático dos Estados Unidos para pressionar pelo restabelecimento da democracia venezuelana".

Ele também não descartou tomar novas ações contra o regime. "Nós não estamos considerando nada, mas todas as opções estão na mesa", disse o americano ao ser questionado se pensa em mandar tropas para a Venezuela.
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Re: América Latina

Mensagem por Bgs » 23 Jan 2019, 19:21

é o melhor pra Venezuela, mas temo por uma guerra civil
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Re: América Latina

Mensagem por E.R » 24 Jan 2019, 01:40



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https://internacional.estadao.com.br/no ... 0002691311

O Ministério Público da Venezuela informou nesta quarta-feira, 23, que vai investigar seis mortes ocorridas durante os protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro.

No entanto, a ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social, afirmou que 13 mortes foram registradas entre ontem e terça-feira em Caracas e nos Estados de Táchira, Barinas, Portuguesa, Amazonas e Bolívar.

O governo do Estado de Táchira confirmou a morte de três pessoas.

A procuradoria confirmou à agência EFE que no Distrito de Sucre, no oeste de Caracas, duas pessoas morreram “em fatos que não envolvem funcionários de ordem pública”.
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Re: América Latina

Mensagem por E.R » 25 Jan 2019, 07:03

https://veja.abril.com.br/mundo/maduro-por-um-fio/

Ao tomar posse como presidente de uma Assembleia Nacional semivazia e destituída de suas atribuições em 9 de janeiro, um dia antes da entronização de Nicolás Maduro em seu segundo mandato na Presidência da Venezuela, o pouco conhecido deputado Juan Guaidó parecia estar só fazendo o jogo de cena de um falso líder sem liderados. Não estava.

Embalado pelo reconhecimento internacional que recebeu e que foi negado a Maduro — “usurpador” do posto máximo em eleições fraudulentas, segundo resolução da mesma sessão da Assembleia —, Guaidó lançou-se a uma roda-­viva de comícios, discursos e entrevistas com o propósito de insuflar novo fôlego na combalida campanha oposicionista contra o governo Maduro.

Centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Caracas e outras cidades, no primeiro protesto em massa desde 2017. Ali na rua, cercado pela multidão, Guaidó sacou a Constituição e proclamou-se presidente interino. “Juremos, como irmãos, que não descansaremos enquanto não tivermos liberdade”, declarou.

Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela (seguidas as regras, ele tem de convocar eleições em trinta dias). “O povo venezuelano declarou-se corajosamente contra Maduro e seu regime”, justificou o presidente Donald Trump em um comunicado.

O Itamaraty veio logo depois : deu aval ao “presidente encarregado” e prometeu apoiar “política e economicamente o processo de transição”. Caracas sempre esteve na linha de tiro de Jair Bolsonaro, que, em campanha, repisou a ameaça de o Brasil se tornar “uma nova Venezuela”. Depois de tomar posse em Brasília, coerente com seu discurso, Jair Bolsonaro fez questão de receber uma comitiva da oposição venezuelana.

O chamado Grupo de Lima, formado por países da região (o Brasil inclusive) para monitorar a situação da Venezuela no calor de uma convulsão popular que produziu embates diários entre 2016 e 2017, aderiu em peso a Guaidó.

A ONU, para não perder o hábito, ficou em cima do muro. “O que esperamos é que o diálogo seja possível e que se evite uma escalada que leve a um tipo de conflito desastroso”, ponderou o português António Guterres, secretário-geral da entidade.

Na América Latina, só Cuba e Bolívia defenderam Maduro.

O México do esquerdista Andrés Lopez Obrador esquivou-se de tomar partido, alegando que não interfere em assuntos internos de outros países.

Maduro reagiu cortando formalmente relações com os Estados Unidos. “Sou o único presidente da Venezuela”, bradou diante de um número de apoiadores menor do que o dos opositores. “Não queremos regredir ao século XX das intervenções gringas e dos golpes de Estado.”

No balcão do Palácio de Miraflores, assinou documento exigindo a saída dos diplomatas americanos no país em 72 horas. Ele já ameaçara “rever os laços” com Washington um dia antes, em resposta a um vídeo postado pelo vice-presidente Mike Pence chamando-­­o de “ditador sem direito legítimo ao poder”.

A movimentação internacional pró-oposição venezuelana começou no dia em que a Assembleia Nacional ungiu Guaidó e anunciou não reconhecer o segundo mandato de Maduro — obtido com eleições suspeitas de fraude e com oposicionistas encarcerados. As decisões da Casa são ignoradas pelo ditador, que transferiu o poder de legislar para uma Assembleia Constituinte moldada para obedecer a ele. No âmbito internacional, a sessão da Assembleia esvaziada emprestou legalidade à investida dos outros países para tentar pôr fim ao regime chavista.

O momento é altamente propício para quem prefere ver Maduro fora do poder. Ele está isolado na América Latina depois que quase todos os partidos amigos saíram derrotados de eleições na região. A perda de maior impacto para os chavistas foi a derrocada do PT, aliado de primeira hora de Hugo Chávez (recebido com efusão e bons negócios ao longo dos governos Lula) que até hoje mantém firme seu apoio a Maduro : a senadora Gleisi Hoff­mann, sempre ela, fez questão de ir a sua posse, no começo do mês.

O cerco foi se fechando com a ascensão de novos governos na Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai, Equador e, agora, o Brasil — todos, neste momento, perfilados ao lado de Guaidó.

Para o governo brasileiro, enfraquecer Maduro logo no início do mandato é um trunfo diplomático. “A queda do governo chavista daria força à corrente ideológica encabeçada pelo chanceler Ernesto Araújo, que quer o Brasil como um líder do bloco antiglobalização”, diz Vinícius Rodrigues Vieira, professor de relações internacionais da USP e da Fundação Getulio Vargas.

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Maduro aproximou-se da Rússia e da China, os dois países com os quais o falido governo da Venezuela consegue socorro financeiro. Em visita a Moscou em dezembro passado, Maduro anunciou um acordo de 6 bilhões de dólares em contratos com a Rússia nas áreas de petróleo e mineração de ouro. Reagindo aos últimos acontecimentos, Serguei Ryabkov, vice-chanceler russo, acusou Washington de “empurrar a sociedade venezuelana para o abismo de uma sangrenta guerra civil”.

A rapidez com que a oposição ganhou fôlego aponta para uma ação externa coordenada em sua disposição de encostar Maduro na parede. A questão é : até que ponto os países pró-­Guaidó estão dispostos a interferir ? Trump afirmou que “todas as opções estão na mesa”. Inclusive o uso de força militar ? “Todas as opções estão na mesa”, repetiu aos repórteres, sem entrar em detalhes.

Em Brasília, onde ocupava a Presidência enquanto Jair Bolsonaro estava em Davos, na Suíça, o vice Hamilton Mourão foi mais cauteloso: “O Brasil não participa de intervenção” e, na hipótese de Guaidó vir a ser preso, o governo “só vai protestar”. A posição equilibrada de Mourão decorre do fato inarredável de que Brasil e Venezuela repartem uma fronteira de 2 000 quilômetros. Todo o cuidado é pouco.

Engenheiro de 35 anos, eleito pela primeira vez em 2015 e pupilo de Leopoldo López, o principal líder oposicionista da Venezuela, preso desde 2014, Guaidó tem a seu favor o mesmo fator que vem ajudando a eleger pessoas para cargos públicos em toda parte, inclusive no Brasil : a novidade. Cansada das figuras de sempre da oposição e de suas brigas internas, a população encerrou-se em casa depois que, há dois anos, as passeatas em série não deram em nada, a oposição não conseguiu se unir e a violência da repressão policial resultou em 120 mortos.

Desta vez, a Guarda Nacional também foi mobilizada para conter os protestos, mas, pelo menos por enquanto, tem agido com menos rigor. Há rumores sobre mais de uma dezena de mortos em diversos pontos do país, embora sem confirmação. O próprio Guaidó chegou a ser removido de seu carro e levado para destino ignorado por agentes da polícia secreta; foi liberado em menos de uma hora.

O discurso de Guaidó é de conciliação e esperança. Ele justificou a posse com uma cláusula da Constituição que coloca o líder da Assembleia na Presidência se existe “vácuo” — e este se formou quando Maduro foi declarado “usurpador”.

Um de seus primeiros gestos veio de um cálculo político preciso : prometeu anistia aos militares que passarem para seu lado, com o intuito de minar o grande pilar de apoio do ditador. Horas depois, 27 soldados debandaram de seu quartel com um carregamento de armas, entrincheiraram-se em uma favela de Caracas e divulgaram vídeos convocando a uma rebelião geral, até serem capturados e presos. Guaidó quer que os diplomatas americanos expulsos permaneçam no país, credenciados não mais pelo governo chavista, mas pelo dele — um gesto simbólico de impacto.

Guaidó fala de liberdade de imprensa, melhora da economia e uma luz no fim do túnel da miséria e do desespero. Resultado : além de contarem com a classe média, que sempre combateu Maduro, as últimas manifestações têm presença maciça de pobres desgostosos com o chavismo. Nos protestos da quarta 23, moradores de conjuntos habitacionais no centro de Caracas apoiavam, da janela, os manifestantes na rua. Na noite anterior, o grito de “Fora, Maduro” ecoou em diversas favelas e subúrbios da capital. “Guaidó trabalha duro, é humilde e pode nos unir”, diz Lilian Tintori, mulher do líder preso Lopez.

Enredada em uma teia infernal de má administração, corrupção, sanções externas e queda do preço do petróleo, produto essencial para sua economia, a Venezuela é um país destroçado. Falta comida, falta remédio e falta dinheiro. A criminalidade explodiu. A inflação deve chegar a 10 000 000% até o fim do ano, segundo o FMI. Além de parcerias com China e Rússia, Maduro mantém parte dos contratos com os Estados Unidos, que compram uma média de 500 000 barris por dia do barato óleo venezuelano (metade do que já foi). A fonte, no entanto, pode secar com o rompimento, um cenário com o qual as refinarias americanas já trabalham.

Em razão da crise e da falta de perspectivas, 3 milhões de venezuelanos — 10% da população — foram embora. Quase 100 000 cruzaram a fronteira do Brasil em Roraima, onde refugiados se amontoam, numa crise humanitária sem solução no horizonte. “Na ausência de um polo de poder claro na Venezuela, o fluxo de pessoas deve aumentar”, adverte o professor Rodrigues Vieira, da USP e da FGV.

Por mais que o antichavismo se anime com o fenômeno Guaidó, a pedra fundamental de sustentação de Maduro segue firme : as Forças Armadas, instituição da qual se originou o tenente-coronel Hugo Chávez, o fundador da República Bolivariana, que morreu de câncer em 2013.

O apoio hoje em dia tem pouca motivação ideológica e muita ambição pelo vil metal : Maduro instalou a elite militar nos lucrativos setores do petróleo e da distribuição de alimentos, vital em uma situação de desabastecimento agudo.

Sentados sobre essas regalias, os oficiais acumulam fortunas. “Os militares não têm incentivo para retirar o apoio a Maduro porque, se o fizerem, estarão sacrificando sua influência econômica e política”, diz Diego Moya-­Ocampos, especialista em Venezuela em uma empresa de análise de risco.

Para o professor Rodrigues Vieira, “Maduro vai se enfraquecer paulatinamente, à medida que os militares forem enxergando mais vantagens do outro lado”. Resta saber quanto tempo leva o “enfraquecimento paulatino”.
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Re: Europa

Mensagem por E.R » 25 Jan 2019, 07:10

https://veja.abril.com.br/mundo/golpe-a-moda-inglesa/

“Ordem, ordem.” A voz empolada e estridente de John Bercow, presidente da Câmara dos Comuns britânica, entrando em cena para conter políticos em pé de guerra, virou um meme popular nestes tempos de Brexit.

John Bercow é praticamente a rainha da Inglaterra do Parlamento : por força do cargo, não tem partido, não manda em nada e está lá justamente para manter a ordem dos trabalhos.

Mesmo assim, é figura central em um movimento com contornos revolucionários para os padrões de Westminster, ao não fazer nada, a não ser berrar, para deter uma série de moções apresentadas por parlamentares que pretendem tirar das mãos da primeira­-ministra Theresa May as rédeas do divórcio da União Europeia.

As leis não escritas que regem o Parlamento britânico o impedem de tomar a iniciativa em questões de governo. Ele está lá para reagir ao que o primeiro-ministro propõe. Mas, como tudo o que Theresa May propôs até agora bateu na barreira de uma Câmara inapelavelmente rachada — e o prazo final para o Brexit, 29 de março, está chegando — pelo menos uma dezena de moções em andamento têm o objetivo de mudar esse estado de coisas.

As duas votações mais relevantes em pauta são para impedir definitivamente o divórcio sem acordo prévio e determinar o adiamento do fatídico prazo da separação.

Tudo teria de passar pela aprovação do governo para entrar em vigor, mas a esperança dos autores das propostas é que elas obtenham maioria tão acachapante que Theresa May seja forçada a assinar embaixo e, na prática, entregar ao Parlamento o controle do processo. “Estamos atravessando um daqueles momentos excepcionais de mudança constitucional”, avalia Ian Dunt, analista político que se opõe ao Brexit.

A primeira-ministra, enquanto isso, teimosamente segue seu périplo para manter de pé o acordo que negociou por dois anos e meio e foi derrotado por 230 votos, em sessão histórica, há duas semanas.

Na segunda-feira, obedecendo à regra do jogo, ela apresentou seu plano B — que de diferente do A só tem mesmo a extinção de uma taxa para não britânicos continuarem morando no país.

Theresa May aposta agora na urgência do acordo para, no corpo a corpo, cooptar aliados e sair da nova votação derrotada, sim, porém com uma margem mais confortável de apoio, que lhe permita voltar à União Europeia e renegociar pontos polêmicos.

No cenário da primeira-ministra está a votação de uma terceira proposta de acordo, mais palatável e mais premente ainda, em meados de fevereiro. “Ela não quer desistir. Acredita que tem fôlego para tirar novas concessões da União Europeia”, diz o cientista político irlandês Richard McMahon, da University College London.

O plano B será submetido ao Parlamento no dia 29, a mesma data da votação das moções “rebeldes”.
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