Reforma Política

[Victor235]

Não basta olhar para o que funciona lá fora. Nem ao menos querer fazer o oposto do que existe aqui apenas para "vender" a proposta como reforma.

O que tem que ser reconhecido é que o sistema proporcional tem seus ganhos e funcionou para o Brasil. Claro que permite muitas distorções, mas qualquer sistema traz algum tipo de distorção, e colocando na balança talvez nem compense mudar a forma de eleição de deputados e vereadores, e sim mexer apenas em outras questões como a do financiamento.

[Ricardo_]

O financiamento é realmente uma questão muito grave, talvez de fato a mais grave da reforma política, do jeito que está é ridículo. Mas o financiamento exclusivamente público eu acho completamente absurdo, segue critérios demasiadamente objetivos, a porcentagem de cada partido no parlamento e desconsidera totalmente critérios mais subjetivos como a popularidade dos partidos e suas ideias e a preferência dos eleitores durante qualquer momento, não somente na hora que resolveram eleger x ou y.

Um partido qualquer pode eleger vários parlamentares no início da legislatura, ganhar uma fatia enorme do bolo, e se, por uma série de motivos quaisquer, perder popularidade, o efeito (menos grana do fundo), só vira na próxima legislatura, quando elegerem menos gente. Até isso acontecer continuam fazendo campanhas com dinheiro do contribuinte...

Se surge um novo partido, que por algum motivo atraia muitos eleitores e mobilize a população, ele fica sem grana até a eleição, tendo que se virar até lá, sem a grana que naturalmente e legitimamente viria de simpatizantes, empresários e empresas.

Isso sem falar na miríade de legendas minúsculas que nem ao menos tentam eleger um mísero parlamentar, e mesmo assim ganham rios de dinheiro sem o mínimo respaldo junto ao eleitorado, como o PCO.

[Victor235]

Rios de dinheiro? Não exagere, o tanto que ganham é proporcional aos deputados eleitos. Se o partido não tem deputados, não ganha "rios de dinheiro", e sim uma quantidade bem menor de dinheiro do que o PT, PSDB, etc.

[Daniel Brito]

O financiamento público em tese estipularia um limite pra gastos com campanha, né? Mesmo assim jamais seria capaz de impedir algum caixa dois por aí. Já o privado é aquilo que cês já sabem, a empresa doa trilhões e se o cara é eleito, vira marionete dela, é obrigado a dar isenção de impostos e coisas do tipo. É uma coisa pior que a outra. Ganhar uma eleição como os nanicos de esquerda fazem é impossível, infelizmente. Seja pelo pouquíssimo tempo de TV ou por não aceitarem doações do setor privado. Esse sistema é uma merda fétida. Aff...

[Victor235]

Sempre vão dar um jeito. Se a doação for por CPF, a empresa vai mandar seus funcionários doarem com centenas de CPFs diferentes, e assim vai.

[Barbano]

Quem mais faz uso das doações em suas campanhas é justamente o PT. Vejam esse gráfico publico pelo Globo:

http://infograficos.oglobo.globo.com/br ... blico.html

2/3 da grana dos partidos já é dinheiro público. E esse ano os ratos triplicaram o valor do fundo partidário, ou seja, o financiamento público de campanha já é uma realidade para a maioria dos partidos, e vai ser ainda mais.

É uma questão complicada, mas eu me posiciono contra o financiamento público de campanha. Cada partido que se sustente com as doações de filiados e empresas, não com o nosso dinheiro. Eu não deveria ser obrigado a sustentar PT, PSOL e outras tranqueiras.

[Daniel Brito]

O PSDB tá incluído no meio dessas tranqueiras? Ops...

[Victor235]

O Fabão quis dizer que se ao menos o dinheiro dele fosse destinado ao partido que ele vota, no caso o PSDB, vá lá, mas ele não concorda com a distribuição totalmente pública porque assim parte do dinheiro de todos vai para o PSDB, mas também para o PT, PSOL, etc.

[Ricardo_]

Mais um problema do financiamento público. Naturalmente a distribuicao de dinheiro público deve ter critérios objetivos, a nossa lenta e corrupta justiça que decide suspender a grana de um partido.

O partido que faz merda se isola da opinião do eleitor, pelo menos do ponto de vista financeiro, até a próxima legislatura.

Muitos dos problemas que temos hoje não sao inerentes a doações privadas, mas sim a fiscalização porca e justiça morosa. Sem fiscalização, qualquer tipo de financiamento resultará em falcatruas.

[Daniel Brito]

Verdade... mas até o judiciário tem rabo preso com alguns setores e é corrupto também. A vista grossa rola solta.

[Bugiga]

É impressionante como tentam reinventar a roda e aparecem com essas propostas mirabolantes como distritão e financiamento exclusivamente público. São coisas que quase ninguém no mundo adota.

Quanto ao distritão, concordo, invenção desnecessária.

Mas quanto ao financiamento exclusivamente público, nem a pau, Juvenal. Na Europa, a maior parte dos países adota este modelo. Nos EUA, o financiamento é privado, mas há várias vozes pedindo mudança. Se queremos nos igualar aos países desenvolvidos, devemos procurar copiar os sistemas que deram certo lá, não?

Não basta olhar para o que funciona lá fora. Nem ao menos querer fazer o oposto do que existe aqui apenas para "vender" a proposta como reforma.

O que tem que ser reconhecido é que o sistema proporcional tem seus ganhos e funcionou para o Brasil. Claro que permite muitas distorções, mas qualquer sistema traz algum tipo de distorção, e colocando na balança talvez nem compense mudar a forma de eleição de deputados e vereadores, e sim mexer apenas em outras questões como a do financiamento.

Funcionou? Tá doido, Victor?

O sistema proporcional é o maior responsável pela eleição de aberrações tipo Tiririca, Romário, Enéas, Jardel etc., utilizados para puxar votos e arrastar caciques com votações ínfimas. Além disso, tu vota num candidato e nem imagina quem mais vai arrastar junto com ele. Sem falar que passado um tempo tu nem lembra mais em quem votou.

Sistema distrital puro ou distrital misto com lista fechada é muito melhor: tu vota exclusivamente no candidato e os votos vão pra ele (puro), ou tu vota numa lista de candidatos previamente definida, sabendo que se votar no fulano corre o risco de eleger beltrano (distrital misto). Melhoraria bastante as eleições legislativas e o controle do povo sobre seus candidatos.

[Daniel Brito]

Tiririca seria eleito mesmo com o tal distritão...

[kleyton-bolanos]

se o Éneas tivesse vivo aí , ele votaria a favor do fim do voto obrigatório , esse cara faz falta.

[Bugiga]

Tiririca seria eleito mesmo com o tal distritão...

E pelo menos não levaria ninguém junto.

[Bugiga]

Tiririca seria eleito mesmo com o tal distritão...

E pelo menos não levaria ninguém junto.

Essa é a questão. Não havendo tal possibilidade, a tendência é de os partidos pararem de colocar candidatos como estes, pois não vão mais ajudá-los a se eleger.

Por essas e outras sou a favor do voto distrital puro ou misto com lista fechada, não dessa porcaria de distritão.