http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/20 ... ckson.html
O médico Conrad Murray foi declarado culpado nesta segunda-feira (7)
do processo em que era acusado do homicídio culposo (quando não há intenção de matar) de Michael Jackson.
A sentença definitiva do cardiologista será anunciada apenas em 29 de novembro de 2011, após pedido dos advogados de Conrad Murray.
A declaração foi lida por Sammie Benson, auxiliar da Corte de Los Angeles, duas horas após
o júri ter chegado a um veredicto unânime.
Conrad Murray ouviu a declaração acompanhado da mãe e de Nicole Alvarez, sua namorada.
Já os familiares de Michael Jackson, como seus pais e irmãos, compareceram ao local. A decisão foi comemorada por fãs de Michael Jackson, que acompanharam tudo do lado de fora da Corte de Los Angeles.
Sete homens e cinco mulheres que compuseram o corpo de jurados foram reunidos para decidir se o médico de 59 anos era ou não responsável legal pela
morte de Michael Jackson, causada por intoxicação aguda de propofol.
O cardiologista era médico pessoal do cantor, a quem administrava diversos sedativos, entre eles o anestésico propofol, para combater sua insônia.
Na manhã de 25 de junho de 2009, Conrad Murray administrou o anéstico após outros medicamentos não surtirem efeito durante a noite. Após se ausentar do quarto de Michael Jackson, ele o encontrou aparentemente sem vida. O rei do pop tinha 50 anos.
A defesa do cardiologista sustentava a tese de suicídio, alegando que o cantor estava desesperado por suas várias dívidas e que injetou em si próprio uma dose extra sem o conhecimento de seu médico.
Conrad Murray admitiu ter dado a Jackson propofol e duas injeções de dois miligramas cada de lorazepam para ajudá-lo a dormir. Mas
a autópsia detectou no corpo de Michael Jackson níveis mais altos do anestésico.
O doutor Paul White, previsto para ser a última testemunha da defesa, afirmou que Michael Jackson podia ter engolido oito outros comprimidos do anestésico lorazepam durante uma longa noite insone, elevando o nível da droga em seu sangue ao nível constatado na autópsia.
Os advogados de Conrad Murray usaram várias testemunhas para demonstrar que Jackson era dependente de medicamentos e fazia de tudo para obter o propofol. A enfermeira e nutricionista Cherilyn Lee, que trabalhava com o astro em 2009, disse que Michael Jackson chegou a afirmar que anestésico cirúrgico era a única coisa que o fazia dormir.
O especialista em anestesiologia Steven Shafer, por outro lado, acusou Conrad Murray de agir como um empregado de Jackson, não como um médico. "A relação médico-paciente consiste em que o médico ponha o paciente em primeiro lugar. Isso não significa que faça o que o paciente pede, e sim o que for adequado", criticou.
Na quinta-feira (3), o promotor David Walgren usou como argumento central a “negligência criminosa” do médico. David Walgrem citou os filhos do artista e afirmou que, "para eles, este caso não acaba hoje ou amanhã ou no dia seguinte. Este caso será para sempre, porque não têm pai.”
Ed Chernoff, um dos advogados de Conrad Murray, adotou a estratégia de dirigir uma série de perguntas ao júri. A defesa argumentou que o cantor era um “viciado desesperado” que causou sua própria morte ao tomar mais medicamentos enquanto o médico estava fora do quarto. O advogado também questionou a integridade das testemunhas apresentadas pela defesa, além de dizer que os produtores da turnê para a qual Jackson se preparava pressionaram o cantor
Sobre o fato de o médico não ter ligado para serviço de emergência ao ver que Michael Jackson se encontrava em estado crítico, apresentou nova questão: "alguém ligaria para o 911 se fosse um médico treinado ? Isto não é um reality show. Isto é realidade”.
De acordo com David Walgren, mesmo que Conrad Murray não tenha visto o músico utilizando propofol, era sua responsabilidade zelar pela integridade do paciente. A promotoria foi contundente em sua intenção de demonstrar os
erros profissionais cometidos pelo médico em seu tratamento.