Bolsa Família

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Re: Bolsa Família

Mensagem por Barbano » 19 Fev 2020, 11:32

Cara, classes sociais mais baixas são as que ganham salário mínimo. Caiam na real, o Brasil é um país pobre. Quem ganha mais de 5 mil reais já está nos 5% mais ricos do Brasil:

https://www.nexojornal.com.br/interativ ... brasileira

Vai cobrar imposto de renda de só 5% da população? Justamente os 5% que abrangem os políticos? :lol:

O que deveria ter é uma alíquota maior para alta renda (acima de 15 mil, por exemplo). Poderia ser de 35%, como já existiu até os anos 90, e existe na maioria dos países (inclusive nos Estados Unidos).
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Re: Bolsa Família

Mensagem por Victor235 » 19 Fev 2020, 20:14

E.R escreveu:
[...] técnicos consultados pela reportagem apontam que a redução pode ter sido uma manobra para garantir caixa necessário ao pagamento do 13º do benefício, promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro.
Parabéns aos envolvidos.
"Se aproveitaram da minha astúcia" - VELOSO, Caetano

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Re: Bolsa Família

Mensagem por Chapolin Gremista » 02 Mar 2020, 02:33

Bolsa Família
Bolsonaro sabota Bolsa Família e fila chega a 3,5 milhões de pessoas
A política de destruição dos programas sociais só acentua os números da pobreza e da miséria

A fila para conseguir o benefício do Bolsa Família já conta com 3,5 milhões de pessoas, número que representa 1,5 milhão de famílias de baixa renda.

O programa já vem sendo desmontado há um tempo, o que pode ser demonstrado com a retirada do benefício de pouco mais de 1 milhão famílias no ano de 2019, sendo o número atual de pessoas na fila 3 vezes maior do que em janeiro do ano passado.

Os mais afetados são as cidades pequenas e médias localizadas, em sua maioria, no nordeste. Com a falta do Bolsa Família, as famílias recorrem às prefeituras pedindo auxílio e comida, fazendo com que algumas distribuam cestas básicas para a população.

Essa atitude destrutiva tem como objetivo desmantelar a saúde, a educação, os programas sociais — como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida, etc. — e todo e qualquer outro direito da população.

Após o golpe, a pobreza tem aumentado sistematicamente e é claro que a retirada dos programas sociais da população só fazem esse número crescer. De acordo com dados do Banco Mundial, os quais são sempre duvidosos, cerca de 6% da população do Brasil está na extrema pobreza. Junto com isso, mais da metade da população economicamente ativa está desempregada ou trabalhando informalmente.

Observando isso, não é difícil perceber o porquê a palavra de ordem “Fora Bolsonaro” está na boca do povo. É preciso levar o povo às ruas e incentivar os trabalhadores de diversos setores a apoiarem e a fazerem greves tendo essa palavra de ordem como pauta central. É preciso intensificar a luta contra o governo Bolsonaro para derrubá-lo e, assim, acabar com sua política econômica de destruição dos direitos dos trabalhadores.



https://www.causaoperaria.org.br/bolson ... e-pessoas/
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Re: Bolsa Família

Mensagem por Chapolin Gremista » 06 Mar 2020, 02:04

Governo de terra arrasada!
Bolsonaro cortou quase 500 mil Bolsas Família no Nordeste em 6 meses
Bolsonaro é uma máquina de destruição em massa. Não basta pedir a derrubada de tais e quais ministros, é preciso colocar na ordem do dia o Fora Bolsonaro e todos os Golpistas.


Seguindo a cartilha neoliberal, o governo – golpista – de Jair Bolsonaro prioriza banqueiros enquanto aumenta os ataques contra o povo. De acordo com Secretários Estaduais de Assistência Social da Região Nordeste, mais de 428 mil famílias perderam o direito ao Bolsa Família, no Nordeste.

Esses dados contabilizados representam, tão somente, o período de maio de 2019 a janeiro de 2020, o que, em suma, representa uma redução de 6% dos beneficiários do programa, somente na região nordeste. O documento “Pacto Social pelo Nordeste”, divulgado pelo encontro dos Secretários Estaduais de Assistência Social da Região Nordeste, faz um apanhado da situação e revela o quão ultrajante a política de Bolsonaro representa para população, sobretudo, a mais pobre.

De acordo com Carlos Martins, secretário estadual de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, os novos cadastros no programa, realizados em janeiro deste ano, estão muito longe de atender à demanda nacional. Ademais – destaca Carlos Martins – mesmo que a região nordeste tenha mais pessoas em situação de extrema pobreza, regiões mais ricas como Sul e Sudeste receberem um maior aporte para novas concessões do benefício. Vale ressaltar que mesmo estando numa situação muito menos severa que a nordestina, a região Sul ultrapassara o Nordeste em 26 mil novas inscrições, em janeiro. Resumindo, são 186 mil sulistas em situação de extrema pobreza; o que corresponde a cerca de 700 mil a menos que o número de nordestinos diante das mesmas condições.

“A gente constatou que, em janeiro, foram concedidos novos benefícios. E, na concessão desses novos benefícios, o Nordeste teve apenas 3 mil, enquanto a região Sudeste teve 45 mil, a região Sul teve 29 mil, a região Centro-Oeste teve 15 mil e a região Norte teve 6 mil. Então não é falta de recursos. É uma nova orientação”, afirmou Carlos Martins.

Quando perguntado sobre a possibilidade de motivos político-ideológicos quanto a alocação de recursos, Martins complementa que “tudo leva a crer que sim”. “Tem mais de 939 mil pessoas no Nordeste em situação de extrema pobreza, 375 mil em situação de pobreza e, na hora de conceder novos benefícios, eu escolho regiões que têm menos do que isso em número? Não consigo entender qual é a lógica disso, a não ser uma lógica de redirecionamento político”, disse o secretário. Ainda segundo Carlos Martins, “a Bahia tinha 1,8 milhão e agora tem 1,7 milhão. Os principais atingidos são os municípios do semiárido baiano, que é onde tem o maior índice de pobreza do estado e onde mora metade da nossa população”.

Nesse período, o total de benefícios concedidos no Nordeste chega a 3 mil, sendo 1.023 referentes à Bahia, o maior estado da região. Todavia, neste mesmo período, unidades da federação menos castigadas pela pobreza ganharam mais concessões do programa. Por exemplo: 6 mil, no caso de Santa Catarina; e 11 mil, nos casos de Paraná e Rio Grande do Sul.

Carlos Martins, entretanto, explica que “o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) somados são superiores à maioria dos valores repassados pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM). No caso da Bahia, é quase 20% mais do que paga o FPM. Então a retirada de recursos das mãos das pessoas significa que não terá atividade econômica como tem atualmente. Porque o cara com o Bolsa Família vai na venda, no armazém, compra aquilo, compra na feira, movimenta a economia. Se esse valor é superior ao FPM, imagine então a circulação”.

O Bolsa Família não é o único alvo de Bolsonaro e seus asseclas, O Minha Casa Minha Vida, por exemplo, contará com o menor volume de recursos desde que entrou em vigor, assim como a fiscalização de obrigações trabalhistas e segurança do trabalho – o que significa uma maior precarização das condições de vida da classe trabalhadora em todos os âmbitos – desde as condições de manutenção e reprodução da sua força de trabalho como, também, das próprias condições intestinas laborais. Os ataques não param por aí. O Pronatec, praticamente, deixará de existir, assim como a Farmácia Popular, que passará a contar com parcos recursos.

Essa situação, portanto, revela o que significa o governo Bolsonaro: uma máquina de destruição em massa. Nesse sentido, não basta pedir a derrubada de tais e quais ministros, é preciso colocar na ordem do dia o Fora Bolsonaro e Todos os Golpistas.


https://www.causaoperaria.org.br/bolson ... m-6-meses/
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Re: Bolsa Família

Mensagem por E.R » 06 Mar 2020, 04:44

O ESTADO DE S.PAULO

A prioridade dada às Regiões Sul e Sudeste na concessão de novos benefícios do Bolsa Família pode ter impacto direto nas votações da pauta econômica no Senado.

Em privado, mesmo quem é favorável à agenda reformista admite que o clima está azedo.

Dois terços da Casa são de senadores de Norte e Nordeste (número necessário para a aprovação de uma PEC).

No Senado, há três pontos essenciais para Paulo Guedes : fundos públicos, o Pacto Federativo e a PEC Emergencial.

Na Câmara, a repercussão também foi ruim. O Nordeste recebeu 3% dos novos benefícios enquanto Sul e Sudeste responderam por 75% das concessões.

Relator da PEC dos fundos, Otto Alencar (PSD) diz que vai obstruir a votação das pautas do governo, inclusive do seu próprio relatório, enquanto não for revertida a situação.

Governadores e prefeitos do Nordeste alertam que, se o cenário for mantido, Bolsonaro vai conseguir unir do DEM ao PT na região.

A reformulação do governo no Bolsa Família, que já está em andamento no Ministério da Cidadania, de Onyx Lorenzoni, terá como foco a Região Nordeste.
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Re: Bolsa Família

Mensagem por E.R » 09 Mar 2020, 01:47

https://www.oantagonista.com/brasil/tas ... -nordeste/

O senador Tasso Jereissati disse que vai pedir a convocação do ministro da Cidadania Onyx Lorenzoni ao Congresso para dar explicações sobre as concessões do programa Bolsa Família.

“Estou solicitando a convocação, com urgência, do Ministro da Cidadania para vir ao Senado Federal e explicar esse fato, para que possamos tomar as medidas cabíveis".

O Nordeste recebeu 3% dos novos benefícios do Bolsa Família enquanto Sul e Sudeste responderam por 75% das novas concessões.
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Mensagem por E.R » 12 Ago 2021, 12:40

NOTÍCIAS
https://diariodopoder.com.br/coluna-cla ... sa-familia

A oposição se articula para tentar impedir o aumento do valor médio do Auxílio Brasil, nova denominação do Bolsa Família, que passará dos atuais R$196 para no mínimo R$300.

Ninguém assume publicamente a articulação, por ser antipática aos eleitores, mas é forte o temor de opositores de que o aumento do benefício, que pode até mais que dobrar, para R$400, pode tornar viável a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2022.

A “ordem” é impedir o aumento a qualquer custo.
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Bolsa Família

Mensagem por João Neto (Eng. Camin) » 16 Ago 2021, 23:50

E.R escreveu:
12 Ago 2021, 12:40
NOTÍCIAS
https://diariodopoder.com.br/coluna-cla ... sa-familia

A oposição se articula para tentar impedir o aumento do valor médio do Auxílio Brasil, nova denominação do Bolsa Família, que passará dos atuais R$196 para no mínimo R$300.

Ninguém assume publicamente a articulação, por ser antipática aos eleitores, mas é forte o temor de opositores de que o aumento do benefício, que pode até mais que dobrar, para R$400, pode tornar viável a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2022.

A “ordem” é impedir o aumento a qualquer custo.
As últimas notícias dizem que a oposição vai tentar aumentar para R$ 600,00:
Povo vai receber o Auxílio Brasil e vai votar contra Bolsonaro, diz Lula
Ex-presidente começou ontem uma viagem por Estados da região Nordeste, para costurar alianças políticas para 2022

Por Cristiane Agostine, Valor — São Paulo
16/08/2021 15h26

Em viagem pela região Nordeste, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje o aumento do Bolsa Família e disse que a oposição buscará um benefício de R$ 600. Lula criticou a decisão do governo de mudar o nome do programa social para Auxílio Brasil e disse que o presidente Jair Bolsonaro terá dificuldade em transformar o reajuste do benefício social em votos.

Bolsonaro tem prometido aumentar em ao menos 50% o valor médio do benefício, que hoje está em cerca de R$ 190. “Fico feliz se acontecer de verdade. Que o povo possa receber um pouco mais de dinheiro”, afirmou o ex-presidente, em entrevista à imprensa no Recife. “Jamais vou falar contra”, disse, sobre a promessa de Bolsonaro com o Auxílio Brasil.

O petista disse que é uma “coisa pequena” mudar o nome do programa e disse que essa alteração não deve melhorar a popularidade de Bolsonaro. “Se não está bem com relação social não é colocando outro nome que vai melhorar”, disse.

“A grande lição que ele vai aprender é que o povo vai receber [o benefício] e o povo vai votar contra ele”, disse o ex-presidente. “Não é possível brincar com a pobreza”. O ex-presidente afirmou ainda que Bolsonaro poderia ter dado o aumento no benefício há mais tempo e não às vésperas do processo eleitoral. “Que ele que tenha juízo para ajudar o povo a comer e ter força para ir às urnas digitar contra ele”, ironizou.

https://valorinveste.globo.com/mercados ... lula.ghtml

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Bolsa Família

Mensagem por E.R » 07 Mar 2023, 03:00

NOTÍCIAS
https://oglobo.globo.com/opiniao/editor ... lhas.ghtml

É inegável que o Bolsa Família foi uma conquista do povo brasileiro.

A sociedade brasileira se convenceu de que não podia deixar os miseráveis à própria sorte.

De lá para cá, governos de diferentes matizes ideológicos mantiveram programas de transferência de renda, em larga medida porque se tornaram uma forma de atrair votos.

O sucesso do Bolsa Família, porém, criou uma armadilha. Quem ousaria criticar uma iniciativa para trazer alívio a quem mais precisa ?

Em 2023, Lula prometeu trazer um novo formato ao Bolsa Família e usou a manutenção do benefício em R$ 600 como pretexto para aprovar a emenda à Constituição que, na prática, acabou com o teto de gastos.

No mês passado, o petista anunciou a exclusão de 1,5 milhão de famílias que, segundo o governo, recebiam o benefício de modo irregular (seu custo no Orçamento passava de R$ 10 bilhões).

Na semana passada, o governo federal apresentou enfim a Medida Provisória que recria o Bolsa Família.

No Auxílio Brasil, toda família, de qualquer tamanho, ganhava os mesmos R$ 600.

Já no Bolsa Família, os beneficiários serão famílias com renda per capita até R$ 218 (em vez de R$ 178).

Além dos R$ 600, serão pagos R$ 150 por criança de até 6 anos e R$ 50 por gestante ou menor de 7 a 18 anos (uma família com dois filhos pequenos e um adolescente receberá R$ 950).

São esses os grupos que o país precisa proteger mais, diz Paulo Tafner, presidente do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS).

Pelas contas do governo federal, o benefício médio será de R$ 714.

Outro ponto positivo são as contrapartidas exigidas : pré-natal para gestantes, comprovante de frequência escolar e caderneta de vacinação atualizada.

A ênfase nas condições exigidas é o principal instrumento necessário para quebrar a transmissão da miséria de pais para filhos.

A promessa agora é que as famílias unipessoais voltem ao patamar histórico, as fraudes sejam coibidas e as exigências cobradas.

Seria ainda oportuno incorporar visitas domiciliares, mesmo por amostragem.

Os dados do Cadastro Único poderiam ser cruzados com bases federais, estaduais e municipais, segundo a especialista em políticas públicas Laura Muller Machado, do Insper.

Para ter certeza de identificar os mais vulneráveis, o governo poderia deixar de levar em conta a renda declarada e considerar a renda estimada a partir de outras informações.

Por maior que seja o cuidado na seleção de beneficiários, há outra armadilha inerente ao programa : seu formato mais atraente é um incentivo para tentarem entrar.

Por isso é essencial haver horizonte de redução no público-alvo, com mecanismos de saída.

Os beneficiários não deveriam se sentir inseguros entre manter a renda garantida do governo e trabalhar. A atividade produtiva deveria sempre ser mais vantajosa.

O objetivo do Bolsa Família deve ser acabar com a miséria, não perpetuá-la.
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Bolsa Família

Mensagem por E.R » 06 Jun 2023, 10:29

NOTÍCIAS
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... pera.shtml

Quase três meses após o relançamento do Bolsa Família, o programa voltou a registrar fila de espera.

Em maio, 438 mil famílias tiveram o cadastro aprovado pelo governo federal, mas não receberam o benefício.

O retrato contraria uma expectativa do próprio governo Lula de manter a fila zerada até dezembro, após o Congresso Nacional aprovar uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que injetou R$ 70 bilhões no programa social para este ano, além dos R$ 105 bilhões já previstos inicialmente no Orçamento.

Em março, Lula (PT) inaugurou a nova fase do programa e o anúncio foi feito em uma cerimônia grandiosa no Palácio do Planalto, com a presença de ministros, representantes da sociedade civil e famílias beneficiárias.

Uma família entra na lista de espera quando já teve os documentos analisados e aprovados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social. Portanto, a fila inclui apenas quem cumpre os requisitos e já está apto a receber o benefício.

Procurado, o Ministério do Desenvolvimento não esclareceu as razões pelas quais não efetua a inclusão dessas famílias no programa. A pasta comandada por Wellington Dias (PT) limitou-se a divulgar uma nota em que lista uma série de dados e indica que o prazo médio para a entrada de novos beneficiários está em 70 dias — mais de dois meses.

Para "famílias vulneráveis", que o ministério caracteriza como "indígenas, quilombolas, resgatados de situação análoga à escravidão, entre outros", o prazo é de 45 dias, segundo o MDS.

Em março, o Ministério do Planejamento e Orçamento anunciou uma redução de R$ 7 bilhões na projeção de gastos com o programa Bolsa Família — de R$ 175 bilhões para R$ 168 bilhões.

Quando isso acontece, em geral os recursos ficam travados para uso, uma vez que é comum precisar remanejar para outras áreas.

O governo atribuiu a revisão do valor ao processo de averiguação e revisão do Cadastro Único de programas sociais. A atualização dos dados permitiu a exclusão de famílias que não fazem jus ao benefício.

Um interlocutor do MDS disse sob reserva que a economia de R$ 7 bilhões pode "não se confirmar", uma vez que ela reflete apenas a expectativa de exclusão de famílias, sem considerar o fluxo de novos ingressos no programa. O cálculo é atribuído ao Planejamento.

Procurada, a pasta chefiada por Simone Tebet (MDB) informou que "a estimativa mencionada foi feita pela Secretaria Nacional de Renda da Cidadania (Senarc) do MDS, em nota técnica enviada à SOF [Secretaria de Orçamento Federal]".

A Folha questionou o MDS se a redução na projeção de gastos com o programa está por trás do represamento de novas concessões. O ministério não respondeu diretamente a essa pergunta.

Em nota, o órgão confirma que a estimativa de despesas com o Bolsa Família em 2023 está em R$ 168 bilhões e diz que "a projeção é passível de mudança a cada relatório de avaliação bimestral, o que pode acontecer em função do fluxo de entradas e saídas do programa". "Esse ciclo de processos, característico do programa, garante fluxo permanente de entrada de novas famílias", diz.

A nota também cita o pagamento de um benefício médio de R$ 670 por família. A cifra é inferior à previsão inicial de R$ 714, que só deve ser atingida em junho, quando o novo desenho do Bolsa será implementado integralmente.

Em março, quando Lula editou a MP do novo programa, o governo manteve o mínimo de R$ 600 por família e acrescentou apenas um dos benefícios prometidos: os R$ 150 adicionais por criança de 0 a 6 anos.

As demais parcelas de R$ 50 para crianças e adolescentes de 7 a 18 anos e de R$ 50 para gestantes serão pagas a partir deste mês.

Atualmente, o programa atende a 21,2 milhões de famílias. O Auxílio Brasil tinha uma cobertura de 21,9 milhões de lares.

A redução é explicada pelo plano de Wellington Dias de intensificar a busca por fraudes e exclusões de quem não tem direito à transferência de renda. A exclusão de cadastros irregulares abriria espaço para quem faz jus ao programa — daí a expectativa de manter a fila zerada.

Apesar do avanço no plano de excluir famílias irregulares, os dados mostram que a fila voltou a um patamar próximo do início do ano. Integrantes do governo, porém, dizem que a previsão de acabar com a espera pelo benefício até o fim de 2023 está mantida.

O economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social, afirma que o pente-fino nos cadastros, após a explosão de concessões em meio ao período eleitoral, acaba gerando "certo peso operacional" sobre o programa, sobrecarregando a rede de assistência social que já vem de um processo de enxugamento e ainda não foi totalmente recomposta.

Ele ressalta ainda que retirar pessoas do programa não é o único desafio do governo. "Acho que tem que ser mais cuidadoso com quem entra no programa", afirma.

Marcelo Neri avalia que o desenho do Bolsa Família melhorou com as parcelas focadas em crianças, mas a manutenção do mínimo de R$ 600 por família prejudica sua eficiência e reduz o efeito potencial de redução da pobreza, além de manter o custo operacional elevado.

"Por manter esses R$ 600 independentemente do tamanho e nível de renda da família, há uma queda na focalização", diz.

Cálculos do governo indicam que, em média, o novo Bolsa Família atenderá cerca de 20,8 milhões de residências neste ano. A trajetória de queda na cobertura, portanto, deve se manter nos próximos meses, pois em maio foram 21,2 milhões.

Esse movimento é explicado também pela busca por pagamentos principalmente para famílias unipessoais — compostas por um único integrante.
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