Borges escreveu:Cara, sim. É um ato político a partir da sua escolha em comprar os tomates do seu molho de um feirante, de um pequeno agricultor ou de uma rede de supermercados. Você pode nem se importar com isso, mas está fazendo política mesmo sem saber.Misterpom escreveu:É mesmo? Quando eu caguei hoje de manhã foi um ato político? De qual matiz ideológica? E quando eu almocei penne à pomodoro? O molho era vermelho. De repente era propaganda petista? Hahaha.Dom Chapolin de la Mancha escreveu: Todo ato é um ato político.
Aqui está a barra que você forçou.
Borges precisa ter maior rigor lógico na hora de apresentar os argumentos dele. Senão fica parecendo um fanático religioso, daqueles que dizem "porque Deus quis" pra tudo. Virou axiominha.
Quando ABSOLUTAMENTE TUDO pode ser justificado a partir de uma determinada visão de mundo, é porque essa visão do mundo explica coisas DEMAIS. Isso é um problema grave de raciocínio. Quando TUDO é culpa do capitalismo/mercado/patriarcado/estado/socialismo/esquerda/direita ou seja lá o que for é porque a sua ideologia explica coisa DEMAIS.
Se o cara tá dizendo que prefere comprar o molho de tomate mais barato, é óbvio que a decisão dele tem motivação meramente econômica. O fato da decisão econômica dele ter repercussões políticas reais não implica automaticamente que essa seja uma decisão de caráter político/ideológico. Ele pode simplesmente ser pobre, já parou para pensar nisso? O Antônio foi bem claro nesse ponto, então nem preciso me aprofundar.
Seja como for, é isso mesmo que me incomoda em muitos casos com acadêmicos. Eles tendem a se fixar numa ideia e acabam explicando coisas DEMAIS.
Obviamente existem casos em que o Chespirito colocou uma mensagem política. De qualquer forma, é complicado afirmar isso de forma categórica como fazem alguns acadêmicos principalmente quando se trata de ficção. Nem tudo o que um autor escreve é aquilo que ele acredita, ainda mais quando sai da boca de seus personagens.