Obrigado, IgorBorgesCH, Trapezunga, Barbano e Fly! Fico feliz que tenham gostado.Barbano escreveu:Eu gostei bastante dessa versão do marcossl, tanto do arranjo quanto da letra. Achei que ficou melhor do que na versão Vera Cruz. Só a voz do Dr. Chapatin que fica melhor com o Daniel.
Quando vou fazer as letras das minhas versões de músicas CH não levo em consideração apenas a tradução literal para o português. Levo em conta também:
1) A preservação da rima;
2) A qualidade da rima (principalmente não rimando uma palavra com ela mesma, a não ser que seja trocadilho com os sentidos como: passa (de passar) e a uva passa (aí sim!);
3) A quantidade de sílabas (para encaixar naturalmente na hora de cantar sem precisar de malabarismos);
4) A acentuação das palavras (para que a sílaba forte busque sempre cair em um tempo forte e não transformar caminhões em 'camínhões'.
5) A preservação do contexto e intenção da frase, mesmo que eu precise substituir a frase original.. Em alguns momentos, para conseguir boas rimas ou deixar o texto mais coerente/assimilável substituí frases inteiras por outras que, ou transmitiam a mesma intenção da mensagem original com outras palavras, ou eram algo totalmente novo mas que fosse perfeitamente coerente com o contexto daquela estrofe da música e com as características do personagem.
Por exemplo: A) Toda a primeira estrofe que podia ser tradução quase direta, mas adaptei com outras palavras que preservam a mesma ideia; B) O mesmo na segunda estrofe; C) A terceira estrofe falava da desilusão da tentativa da conquista que foi frustrada, de que percebeu que estava sobrando e ia sair daquele meio, e lamentando o que já tinha investido na relação. Procurei dizer tudo isso com outras palavras, retirando uns elementos e incluindo outros novos, que acabam dando o mesmo sentido.: Retirei a parte do remédio para o tédio (que eram até boas rimas) e coloquei que, como o galanteio (cantada) não teve êxito (luz e sol) - (deixando apenas subentendido que ele não vê mais solução para isso) ele ia guardar (recolher) o devaneio, mas em um litro e meio de formol (ou seja, ele estava recolhendo o sonho, mas de toda forma queria conservá-lo). Acho que ficou com mais sentido e mais poético; Retirei as palavras armário, diário e notas (apesar de sabermos do significado delas) e formulei outra frase acrescentando palavras que dizem a mesma ideia, mas que a meu ver expressam melhor o contexto;
6) A adaptação para uma linguagem mais usual e cotidiana no Brasil. No refrão mesmo: a ideia da letra era fazer o trocadilho entre a "ciruela pasa" e outras coisas que passam. Tudo bem que caminhões e trens também passam no Brasil. E que os doutores também passam conta. Mas acho mais comum aqui associar que o doutor passa a receita, E que é mais fácil lembrar metrôs e ônibus (busões) como transportes que passam; Por fim, achei que seria bem mais popular e expressivo adaptar dolencia para sofrência. rsrs
Quanto ao arranjo, busquei apenas reproduzir, com os recursos atuais, os arranjos originais mexicanos (que considero perfeitos) mantendo também a mesma instrumentação.
CONCLUINDO: Estou apenas apresentando meu trabalho e explicando as escolhas que fiz. Os pontos que são importantes para mim. Mas, em nenhum momento estou dizendo que o modo que faço é o mais correto, nem fazendo comparações ou julgamento de valores com a versão feita para a dublagem do Multishow. Digo apenas que a minha é diferente. Vi que a grande maioria dos fãs aprovou a versão que agora se tornou oficial. Isso é que é importante: liberdade!. Cada um é livre para gostar do que quiser. Um abraço a todos!